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Transplantar
Transplantar

Transplantar

    Resumo

    Desde a década de 1980, com o advento da terapia imunossupressora dirigida (terapia utilizada para diminuir a resposta do sistema imunológico, como medicamentos para prevenir a rejeição de órgãos transplantados), ocorreram grandes avanços na área dos transplantes e consequente aumento no número de procedimentos.

    Segundo a Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO), o Brasil é o segundo país do mundo em número de transplantes - foram mais de 90 mil nos últimos dez anos - e possui o maior sistema público de transplantes do mundo. O Sistema Único de Saúde (SUS) é responsável pelo financiamento de mais de 90% de todos os procedimentos relacionados ao processo de transplantação, sendo área prioritária da política de saúde nacional. Ainda de acordo com a ABTO, em 2021 foram registrados 48.673 pacientes ativos na fila de espera e 3.207 doadores de órgãos efetivos, sendo que, destes, 2.695 passaram pelo procedimento.

    Vários fatores causam essa desproporcionalidade, e dentre estes, se destacam a carência de profissionais capacitados para desenvolver as complexas etapas do processo de doação, cuidados pré, intra e pós transplantes. Ressalta-se que a efetividade deste procedimento se relaciona diretamente ao doador falecido. Até o final de 2020, dos mais de 7 mil transplantes de órgãos sólidos realizados no Brasil, apenas 7,8% ocorreram com doadores vivos. Portanto, o sistema brasileiro é dependente do pool de doadores falecidos, isto é, que se tornam doadores de órgãos após o diagnóstico de morte encefálica e autorização familiar - cerca de 40% do total de potenciais doações de órgãos não têm autorização da família, e outros 10% são perdidos por falhas no manejo clínico do paciente em morte; além disso, das 12.215 notificações de potenciais doadores de órgãos em 2021, 928 não foram concretizadas devido à não confirmação da morte encefálica.

    Ainda assim, observa-se um discreto aumento nas taxas relacionadas à última década, sendo 3% no transplante renal, 45% no hepático, 84% no cardíaco e 6% no pulmonar. No entanto, existem desafios que ainda precisam ser superados para que seja possível atender a demanda por essa modalidade de tratamento. 

    Devido às desigualdades regionais, tanto do ponto de vista macroeconômico quanto sociocultural, o Brasil desenvolveu programas de transplantes nos principais polos de desenvolvimento. O transplante renal, por exemplo, foi realizado em 19 estados e no DF; o transplante hepático em 5 regiões, 14 estados e no DF, enquanto o transplante cardíaco em 4 regiões, 11 estados e no DF. Já o transplante pulmonar foi realizado apenas em 3 estados. 

    Ficam evidentes, portanto, as diferenças de procedimentos realizados em cada estado, visto que os centros transplantadores não são localizados uniformemente no território nacional. Dessa forma, desenvolver estratégias tanto para facilitar o acesso ao tratamento quanto para otimizar as indicações para o transplante se fazem necessárias. A carência de programas ativos limita o tratamento dos pacientes com indicação, enquanto o acesso e a manutenção deste tratamento não são disponíveis para a maioria da população brasileira, diminuindo a qualidade de vida e sobrevida destes pacientes. 

    Outro grande desafio do SUS nos últimos anos é o tratamento de pacientes portadores de falência intestinal no Brasil. Historicamente, a Coordenação Geral do Sistema Nacional de Transplantes, do Ministério da Saúde (CGSNT/MS) recebe, há anos, pela Advocacia Geral da União (AGU), judicialização de pacientes portadores da falência intestinal requerendo tratamento em centros internacionais. Os valores estimados, solicitados à União, para cobertura dos gastos somente da internação para o transplante são da ordem de US $1 milhão iniciais para cada paciente.


     
    Introdução

    O projeto Transplantar atua desde  2009 com o objetivo qualificar o processo de transplantes de órgãos do país, por meio de ações integradas de assistência à saúde na alta complexidade, de gestão e de capacitação profissional nas instituições públicas do SUS que se dediquem à atividade de transplante, de reabilitação intestinal, bem como no implante de dispositivos de assistência circulatória mecânica, balizados pelas melhores práticas em saúde e pelo compromisso ético em promover assistência integral e de qualidade.

    A maioria das ações desenvolvidas é de natureza de apoio ao SUS, promovendo a ampliação da oferta de serviços da atenção especializada com vistas à qualificação do acesso e redução das desigualdades regionais, consequentemente, possibilitando um cenário de prática ideal para a realização das capacitações, reduzindo tempo em fila de espera por doação de órgãos, até mesmo reduzindo custos ao sistema público de saúde.

    Espera-se, assim, realizar transplantes de fígado e intestino/multivisceral pediátricos,  reabilitação intestinal pediátrica nas modalidades hospitalar e domiciliar e implantes de dispositivos cardíacos de assistência circulatória mecânica, bem como formar profissionais do SUS aptos para a identificação precoce de pacientes com critérios para transplante de fígado pediátrico, coração (pacientes adultos) e reabilitação intestinal pediátrica, e seu encaminhamento em tempo hábil para uma equipe especializada, e até mesmo a difusão de equipes transplantadoras para outras localidades do território nacional, que poderá também realizar o acompanhamento pós transplante tardio em seu Estado de origem.  

    A iniciativa atua em dois subprojetos, sendo Eixo Temático de Transplantes / Reabilitação Intestinal / Implantes de Dispositivos Cardíacos e Eixo Temático de Gestão/Qualificação/Capacitação Profissional.

    Métodos
    • Eixo Temático de Transplantes / Reabilitação Intestinal / Implantes de Dispositivos Cardíacos:

    Com os programas de transplante de fígado e intestino/multivisceral pediátricos, de reabilitação intestinal pediátrica e implante de dispositivos cardíacos de assistência circulatória (DAC) em pacientes adultos (Projeto Coração Novo), este subprojeto atuará tanto na identificação quanto na avaliação desses pacientes, além realizar intervenções e acompanhamentos dos pacientes pós procedimentos. A inclusão dos participantes se dá pela regulação junto à CGSNT/MS. 

    Será mantido o serviço de transplante de fígado, intestino/multivisceral pediátricos e implante de DAC no Hospital Sírio-Libanês e o serviço de hepatologia e reabilitação intestinal pediátrica pré e pós transplante no Hospital Municipal Infantil Menino Jesus (HMIMJ), em São Paulo (SP) – trata-se de um hospital pediátrico de referência que apresenta condições técnicas adequadas para a assistência a essas modalidades terapêuticas.

    Modalidades atendidas:

    • Transplante de fígado pediátrico;
    • Tratamento pediátrico da falência intestinal em crianças do SUS do Brasil com reabilitação e transplante intestinal/multivisceral;
    • Tratamento da insuficiência cardíaca refratária avançada.

    Objetivos:

    • Realizar entre 100 e 180 transplantes de fígado pediátricos no triênio em pacientes sob regulação da Coordenação Geral do Sistema Nacional de Transplantes (CGSNT/MS), a partir de critérios de elegibilidade a serem definidos e publicados por ambas as instituições (HSL e CGSNT/MS); 
    • Realizar acompanhamento médico integral da especialidade de hepatologia pediátrica pré e pós transplante no Hospital Municipal Infantil Menino Jesus - em pacientes sob regulação da CGSNT/MS; 
    • Disponibilizar entre 45 e 60 vagas no triênio para realização de reabilitação intestinal, no componente clínico e cirúrgico, no Centro de Reabilitação Intestinal Pediátrico no Hospital Municipal Infantil Menino Jesus, com assistência hospitalar e domiciliar, sob regulação da CGSNT/MS; 
    • Realizar entre 1 e 3 transplantes de intestino delgado isolado ou multivisceral no triênio em pacientes pediátricos sob regulação da CGSNT/MS; 
    • Realizar entre 1 e 2 implantes de dispositivos cardíacos de assistência circulatória mecânica em pacientes portadores de insuficiência cardíaca avançada refratária sob regulação da CGSNT/MS, a partir de critérios de elegibilidade a serem definidos e publicados por ambas as instituições (HSL e CGSNT/MS); 
    • Realizar acompanhamento médico integral da especialidade de cardiologia pré e pós implante de dispositivos cardíacos de assistência circulatória mecânica no Hospital Sírio-Libanês, em pacientes sob regulação da CGSNT/MS; 
    • Implantar ferramenta de telemonitoramento para o acompanhamento pós-transplantes dos pacientes por um período mínimo de 2 anos após a realização dos procedimentos.
     
    • Eixo Temático de Gestão/Qualificação/ Capacitação Profissional:

    Com o foco no desenvolvimento de novos centros de referência no tratamento pediátrico de doenças hepáticas e falências intestinais, bem como no tratamento da insuficiência cardíaca refratária avançada em pacientes adultos, este segundo subprojeto realizará a capacitação de Instituições públicas do SUS transplantadoras e aquelas destinadas a ser centros satélites, contribuindo profundamente para ampliação do acesso ao tratamento mais adequado da doença e fortalecendo as políticas públicas de saúde no Brasil, por meio da garantia dos princípios da universalidade, integralidade e equidade do SUS. 

    Ao seu término, espera-se que as instituições e seus profissionais tenham conhecimentos suficientes para contribuir com um programa de transplante de fígado pediátrico, reabilitação intestinal pediátrica e transplante de coração em pacientes adultos, atuando na identificação e avaliação de pacientes com critérios para estes tratamentos de alta complexidade. 

    Será concluída a capacitação do centro transplantador de coração, acordado no triênio anterior, tendo em vista a interrupção deste treinamento devido ao cenário de pandemia pelo Sars-CoV-2, causador da Covid-19.     

    Capacitações:

    • Tratamento das Hepatopatias Pediátricas:
      • Centros Transplantadores - 2 hospitais;
      • Centros Satélites – 4 hospitais.
    • Tratamento Pediátrico da Falência Intestinal:
      • Centro de Reabilitação Intestinal Satélite – 4 hospitais;
    • Tratamento da Insuficiência Cardíaca Avançada Refratária:
      • Centro Transplantador – 1 hospital.

    Metas:

    • Apoiar o desenvolvimento e implantação de dois serviços de transplantes de fígado pediátricos, por meio de tutoria, indicados pela CGSNT/MS;
    • Apoiar o desenvolvimento e implantação de quatro serviços para o tratamento das hepatopatias pediátricas formando centros de referência/multiplicadores, por meio de tutoria, indicados pela CGSNT/MS;
    • Apoiar o desenvolvimento e implantação de quatro centros de reabilitação intestinal, por meio de tutoria, indicados pela CGSNT/MS;
    • Apoiar o desenvolvimento e implantação de um centro de transplante de coração (em pacientes adultos), por meio de tutoria, indicados pela CGSNT/MS.
    Resultados

    O objetivo foi qualificar o processo de transplantes por meio de atividades assistenciais de gestão, com a finalidade de fortalecer a Rede de Atenção à Saúde (RAS), a partir das melhores práticas e com o compromisso ético de promover assistência integral equitativa e de qualidade em casos de alta complexidade. Os resultados alcançados foram:

    • Mais de 150 transplantes de figado pediátricos (2,8 é a idade média das crianças transplantadas)
    • 3 implantes de dispositivos cardíacos em adultos
    • Mais de 50 crianças admitidas para reabilitação intestinal
    • Mais de 1.360 pessoas atendidas
    • Mais de 21.000 consultas médicas 
    • Mais de 102.000 exames laboratoriais 
    • Mais de 12.600 exames de apoio ao diagnóstico.
    Equipe
    Hospital Sírio-Libanês
    Equipe

    Gestão em Transplantes

    • Alessandra Dos S Minervini
    • Amanda Angrisani Modolo
    • Bruna Carneiro Oliveira
    • Drielle Ramos Vieira
    • Elaine Marques Hojaij
    • Fabricio Canova Calil
    • Franca Pellison Baldassare
    • Joice Suher Alves
    • Leonardo Fumio Senaga
    • Liliane Silva Pereira
    • Luciana Hughes Alves Da Silva
    • Monalisa De Assis Molla
    • Monica Venturinelli Ferreira
    • Palloma Piera Lopes
    • Rodrigo Jose Vianna Figueiredo Braga
    • Sibelli Silva Cosme Pedro
    • Tadeu Thome
    • Vera Lúcia  Andrade de Aquino

     

    Equipe de Transplante de Fígado Pediátrico

    1. Dr. Eduardo Antunes da Fonseca, Cirurgião, CRM 62226; (Responsável Técnico)
    2. Dr. Paulo Chapchap, Cirurgião, CRM 34774
    3. Dr. João Seda Neto, Cirurgião, CRM 82280;
    4. Dr. Rodrigo Vincenzi, Cirurgião, CRM 104586;
    5. Dr. Marcel Albeiro Luiz Benavides, Cirurgião, CRM 103433;
    6. Dra. Karina Moreira de oliveira Roda, Cirurgiã, CRM 133977;
    7. Dr. Mario Kondo, Gastroenterologista, CRM 47175;
    8. Dra. Gilda Porta, Hepatologia Infantil, CRM 20466;
    9. Dra. Irene Kazue Miura, Hepatologia Infantil, CRM 41808;
    10. Dra. Vera Lucia Baggio Danesi, Hepatologia Infantil, CRM 66505;
    11. Dra. Renata Pereira S. Pugliese, Hepatologia Infantil, CRM 48218;
    12. Dra. Adriana Porta Miche Hirschfeld, Hepatologia Infantil, CRM 115609;
    13. Dra. Cristian Barbieri Victoria Borges, Hepatologia Infantil, CRM 136388;
    14. Dra. Paula Sachetim Marcal Rigo, Gastropediatria, CRM 171660;
    15. Dra. Eliene Novais Oliveira, Gastropediatria, CRM 161925;
    16. Dr. Enis Donizete Silva, Anestesista, CRM 58650;
    17. Dr. Fernando David Goheler, Anestesista, CRM 66291.

     

    Equipe de Transplante de Intestino/Multivisceral

    1. Dr. João Seda Neto, Cirurgião, CRM 82280; (Responsável Técnico)
    2. Dr. Paulo Chapchap, Cirurgião, CRM 34774;
    3. Dr. Eduardo Antunes da Fonseca, Cirurgião, CRM 62226;
    4. Dr. Marcel Albeiro Luiz Benavides, Cirurgião, CRM 103433;
    5. Dr. Rodrigo Vincenzi, Cirurgião, CRM 104586;
    6. Dra. Karina Moreira de Oliveira Roda, Cirurgiã, CRM 133977;

     

    Equipe de Implante de Dispositivos de Assistência Circulatória Mecânica

    1. Dr. Fábio Biscegli Jatene, Cirurgião Cardiovascular, CRM 33865; (Responsável Técnico)2
    2. Dr. Marcelo Biscegli Jatene, Cirurgião Cardiovascular, CRM 49952;
    3. Dr. Paulo Manuel Pego Fernandes, Cirurgião Cardiovascular, CRM 45214;
    4. Dr. Fabio Antonio Gaiotto, Cirurgião Cardiovascular, CRM 81565;
    5. Dr. Ramez Anbar, Cirurgião Cardiovascular, CRM 73647;
    6. Dr. André Micheletto Laurino, Cirurgião Cardiovascular, CRM 106005;
    7. Dra. Mônica Samuel Ávila, Cardiologista, CRM 121938;
    8. Dra. Silvia Moreira Ayub Ferreira, Cardiologista, CRM 75810;
    9. Dr. Danilo Ribeiro Galantini, Cardiologista, CRM 130528;
    10. Dra. Renata Lopes HAmes, Cardiologista, CRM 139419;
    11. Dra. Stephanie Itala Rizk, Cardiologista, CRM 172953;
    12. Dr. Fernando David Goheler, Anestesista, CRM 66291;
    13. Dr. Enis Donizete Silva, Anestesista, CRM 58650.
    Liderança
    Colaboração

    Escritório de Projetos de Responsabilidade Social SBSHSL
    Instituto de Responsabilidade Social Hospital Sírio-Libanês
    Hospital Municipal Infantil Menino Jesus

    Área técnica

    Secretaria de Atenção à Saúde
    Departamento de Atenção Especializada e Temática
    Coordenação Geral do Sistema Nacional de Transplantes
    (CGSNT/DAET/SAS/MS)

    Indicadores

    Profissionais capacitados 0
    Profissionais envolvidos em pesquisa 0
    Participantes envolvidos em pesquisa 0
    Profissionais envolvidos em projetos de gestão 0
    Profissionais-projeto envolvidos em ATS 0
    Quantidade de atendimentos planejados 0
    Quantidade de atendimentos realizados 0

    Abrangência

    São Paulo
    São Paulo
    • HOSPITAL SIRIO LIBANES
    • HOSP MUN INFANTIL MENINO JESUS