Resumo
O projeto Saúde Redes: estratégias para o fortalecimento da regionalização e do cuidado em rede nas regiões compostas por municípios de pequeno porte tem o objetivo de fortalecer e consolidar a regionalização (processo para corrigir a desigualdade no acesso e distribuição de serviços de saúde), com foco na organização e governança da rede de atenção
O destaque desse projeto é uma metodologia que articula um ciclo de conhecimento, priorização e aprendizagem significativa, produzindo inovações em serviço que fortalecem o trabalho e a produção de conhecimento colaborativo.
Como finalidade, oferta apoio à processos de gestão, educação e governança para organização da rede e articulação dos níveis de atenção (Atenção Primária à Saúde - APS, Atenção Especializada e Urgência e Emergência).
Introdução
O projeto é colaborativo e abrangerá no triênio 24-26 até 22 regiões de saúde – das quais 10 serão acompanhadas pelo Hospital Sírio-Libanês e 12 pelo Hospital Alemão Oswaldo Cruz. Estas regiões são compostas, predominantemente, por municípios de até 40 mil habitantes, considerados de pequeno porte, com exceção do município sede da região, que poderá ter um número maior de habitantes. Além disso, o Saúde Redes manterá o apoio, iniciado no triênio anterior, por até seis meses do ano de 2024 nas regiões de Sousa (PB), Campo Belo (MG), Centro Norte (MT) e Alto Acre (AC).
O objetivo principal é elaborar projeto para melhoria de linhas de cuidado priorizadas de acordo com cada região, apoiando a sua implementação e seu monitoramento, em municípios de pequeno porte.
Já os objetivos específicos são:
- Qualificar gestores e trabalhadores da saúde dos municípios e região para a organização da rede de atenção;
- Apoiar o grupo de trabalho regional na implementação do projeto de interferência;
- Produzir e disseminar conhecimento a partir das experiências das regiões participantes do projeto.
Métodos
A formação se dá por meio de oficinas presenciais, com etapas de imersão e dispersão em um período de oito meses de execução e outros seis meses para apoio a implementação das ações. Estas oficinas, por meio de metodologias reflexivas e problematizadoras (abordagens educacionais que buscam estimular a reflexão crítica, o questionamento e a análise profunda), serão mediadas pelo time especializado do projeto e envolverão gestores e equipes técnicas da rede de saúde dos municípios que compõem as regiões definidas.
Para atingir o objetivo, o projeto foi estruturado em três eixos que, durante a execução, articulam-se entre si: gestão, educação e produção do conhecimento.
- Eixo Gestão: central nas ações, ofertará apoio técnico e metodológico para o desenvolvimento da Estratégia Regional de Qualificação da Governança para a Organização da Rede de Atenção à Saúde, que se consubstancia em um documento organizado em nível regional, visando à organização técnica, administrativa e política para qualificação do cuidado prestado, em especial no que se refere à articulação e integração com os níveis de atenção especializada e hospitalar.
- Este se baseará nos referenciais do apoio institucional e da produção de interferências nos territórios, visando a construção de relações, conhecimentos e novas habilidades coletivas a partir do encontro dos diferentes atores loco regionais.
- Eixo Educação: promove apoio teórico, técnico e metodológico para fortalecer e implementar linhas de cuidado priorizadas pelo território no processo de Planejamento, com ênfase nas características sanitárias das regiões compostas por municípios de pequeno porte;
- Eixo Produção do Conhecimento: pressupõe que, ao longo do seu desenvolvimento, sejam reconhecidos e compartilhados os conhecimentos técnicos e informações acumuladas, além das experiências vivenciadas nas regiões sendo, assim, transformador da prática.
Resultados
No ano de 2024, o Projeto Saúde Redes finalizou a atuação em 4 regiões de saúde, mobilizando no total 26 municípios, sendo 4 no Acre, 7 no Mato Grosso, 6 em Minas Gerais e 9 na Paraíba.
Em Alto Acre (AC), 591 profissionais de saúde estiveram presentes em oficinas presenciais. Cerca de 80 mil pessoas tiveram o risco estratificado. Além disso, foram elaborados 35 planos operativos para reorganização dos serviços de saúde e definidas as prioridades de saúde em cada município e região.
Na região de saúde do Centro-Norte (MT) tivemos 821 profissionais de saúde participando de oficinas e mais de 63 mil pessoas tiveram o risco estratificado. Também foram elaborados 36 planos operativos para reorganização dos serviços de saúde e definidas as prioridades de saúde em cada município e região.
Na região de saúde de Campo Belo (MG) tivemos 100 profissionais de saúde participando das oficinas e foram elaborados 7 projetos de interferência para reorganização dos serviços de saúde e definidas as prioridades de saúde em cada município e região.
Na região de saúde de Sousa (PB) tivemos 160 profissionais de saúde participando das oficinas e foram elaborados 10 projetos de interferência para reorganização dos serviços de saúde e definidas as prioridades de saúde em cada município e região.
Além disso, ocorreu a adesão de 17 novas regiões que serão acompanhadas de 2024 a 2026.