Resumo
As desigualdades existentes nas regiões brasileiras fazem com que haja diferença na distribuição de programas de transplantes implementados nos principais centros do país. Isso dificulta o acesso tanto ao tratamento como ao acompanhamento pós-transplante para grande parte da população, reduzindo a qualidade de vida e sobrevida dos pacientes transplantados.
Desta forma, o Projeto PRAXIS, que contém ações de continuidade ao projeto Transplantar, realizado no triênio 2021-2023, tem como meta no triênio 2024-2026 otimizar os transplantes em instituições públicas de saúde indicadas pela Coordenação Geral do Sistema Nacional de Transplantes do Ministério da Saúde (CGSNT/MS) - órgão responsável por coordenar e supervisionar as atividades relacionadas aos transplantes de órgãos e tecidos no Brasil - disseminando conhecimento. Apoiado pelas melhores práticas em saúde e pelo compromisso ético do Hospital Sírio-Libanês, ele busca promover uma assistência integral e de qualidade.
Introdução
Iniciado em 2009, o Projeto Transplantar realizou 664 transplantes de fígado pediátrico, 39 transplantes cardíacos adultos, 24 implantes de dispositivos cardíacos adultos e atendeu mais de 90 crianças em reabilitação intestinal, com 70 pacientes ainda em acompanhamento até 2023.
Ao longo destes 15 anos, o projeto tanto deu assistência como também fez o acompanhamento de pacientes pós-transplante em ambulatórios e internações. Atualmente, há 621 pacientes pediátricos pós-transplante de fígado, 16 pós-transplante cardíaco, dez pós-implante de dispositivo de assistência ventricular e 70 em reabilitação intestinal.
As ações do projeto incluem: acompanhamento de pacientes pós-transplante de fígado pediátrico e cardíaco adulto; melhoria de processos em hospitais que realizam transplantes de fígado pediátrico; implantação de ferramentas de telessaúde para acompanhamento pré e pós-transplante de fígado pediátrico, coração e reabilitação intestinal; tratamento da insuficiência cardíaca avançada refratária e falência intestinal; estudos de custos e recursos necessários para transplantes; e publicações de artigos e realização de eventos.
Apesar de serem iniciativas distintas, os projetos Transplantar e Praxis são complementares: enquanto o primeiro se concentrava na realização dos transplantes, este projeto busca:
- Qualificação e melhoria dos processos para a realização de transplantes;
- Compartilhamento de informações com os centros assistenciais;
- Mensuração dos custos que envolvem todo o processo
Com isso, será possível facilitar o acesso a tratamentos complexos e garantir um atendimento de qualidade e equânime, especialmente para transplantes de órgãos torácicos e pediátricos.
No cenário atual, muitos pacientes não têm acesso adequado aos transplantes, o que reduz sua qualidade e expectativa de vida. Assim, o projeto Praxis:
- Foca no diagnóstico da situação;
- Sugere planos de ação para centros de transplante de fígado pediátrico e falência intestinal pediátrica;
- Implanta telessaúde para acompanhamento pré e pós-transplante;
- Realiza estudos de custo e disseminando conhecimento por meio de eventos científicos e de publicações.
Para o SUS, ele tem como benefícios:
- Qualificar equipes em processos de transplante;
- Melhorar os cuidados e compartilhamento de conhecimentos, visando contribuir para o desenvolvimento institucional do sistema público de saúde brasileiro;
- Oferecer uma medicina mais humanizada e acessível.
Métodos
Além de atividades assistenciais, o Projeto Praxis prevê planejamento e monitoramento contínuos com atividades que abrangem: gestão de cronograma, custos, recursos humanos, aquisições, coordenação de processos, alinhamento com a equipe técnica do Ministério da Saúde e avaliação de desempenho.
Ele foi estruturado em diversas entregas e ações, visando um diagnóstico detalhado, planejamento e implementação de melhorias, seguido de monitoramento contínuo para garantir a sustentabilidade e eficácia das ações implantadas.