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Projeto busca reduzir hospitalizações por asma no SUS; são registradas 250 mil por ano

Projeto busca reduzir hospitalizações por asma no SUS; são registradas 250 mil por ano

A asma atinge 20 milhões de brasileiros, entre crianças e adultos, e é a 4ª causa de internação no país - cerca de duas mil pessoas morrem dessa doença por ano, segundo a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI). Estima-se que 10% dos adultos e 20% das crianças no Brasil sejam portadores da doença, segundo a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI). Diante desse cenário, uma pesquisa do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (PROADI-SUS), em parceria com o Ministério da Saúde, visa contribuir com a redução da morbidade e dos custos do tratamento da asma no país. 

O estudo clínico CuidAR, conduzido pelo Hospital Moinhos de Vento, consiste no desenvolvimento e implementação de um protocolo de assistência em asma  para a atenção primária do SUS, e na análise de eficácia e custo-efetividade desta medida em todas as regiões do Brasil. A iniciativa tem a proposta de reduzir substancialmente as exacerbações da doença, resultando na queda de hospitalizações, de visitas a salas de emergência e consultas não programadas em Unidades Básicas de Saúde (UBS).

Cerca de 30 unidades de saúde serão selecionadas para participar do estudo. A seleção irá contemplar a inclusão das cinco regiões geopolíticas do Brasil: Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sul e Sudeste. A capacitação das equipes que atuam nas UBSs será realizada por meio de aulas na modalidade EAD, elaboradas por especialistas em doenças respiratórias e profissional especialista em Atenção Primária à Saúde - APS. A formação será voltada para as atividades de coleta de dados clínicos para o estudo, incluindo treinamento para obtenção de espirometria e análise da qualidade das manobras do exame.

Segundo o pneumologista Paulo Pitrez, coordenador do estudo, o projeto está na fase de alinhamentos iniciais, como plano logístico de implementação do protocolo na atenção primária, escolha dos centros participantes no Brasil e treinamento dos profissionais. "Durante a pesquisa, o impacto da implementação do protocolo de assistência será avaliado por meio de indicadores como hospitalização e visitas à emergência por asma, controle da doença, qualidade de vida, função pulmonar e custos. Os resultados deverão ser obtidos em cerca de dois anos a partir do início da coleta de dados". 

 

O estudo

Ao todo, serão recrutados 1.440 pacientes, aproximadamente 48 por unidade de saúde. Eles deverão ser maiores de 6 anos de idade, com diagnóstico de asma moderada a grave e com histórico de mais de uma exacerbação com uso de corticóide oral nos últimos 12 meses. 

Os pacientes incluídos serão acompanhados ao longo de, pelo menos, 6 meses. A participação ocorrerá mediante autorização de coleta de dados clínicos do atendimento ambulatorial prévio e ao longo do acompanhamento (com 3 visitas após a inclusão, realização de questionários e testes de função pulmonar), bem como responder a entrevistas por telefone, realizadas pela equipe do estudo, para avaliação de adesão ao tratamento do grupo intervenção.

Com base nos resultados obtidos, será feita a entrega ao Ministério da Saúde de um manual técnico e de um plano de implementação do protocolo de assistência em asma para atenção primária.

Conforme Pitrez, a asma é “uma doença silenciosa porque a maioria dos pacientes se acostuma com a doença, tolerando os sintomas, crises, e limitações, sem buscar ajuda e tratamento. Na rede pública, ocorrem aproximadamente 200 mil hospitalizações por ano em função da enfermidade". 

 

A asma

A asma é uma doença crônica que afeta as vias respiratórias (brônquios), na maioria das vezes por causas alérgicas. Apesar de não ter cura, com os cuidados corretos, é possível controlá-la, permitindo ao paciente levar uma vida normal. No início do inverno, os sintomas e crises aumentam muito, principalmente por conta do maior contato com infecções respiratórias virais. A maioria dos pacientes com asma no Brasil não tem controle da doença, sofrendo com crises de falta de ar, despertar noturno, limitação para atividades físicas, perda escolar ou de trabalho, e visitas em sala de emergência e hospitalizações. Os sintomas são falta de ar, chiado, aperto no peito, despertar noturno e dificuldade para a realização de atividades rotineiras. 

 

Dados para contato

Líder do Estudo: Frederico Friedrich 

E-mail: frederico.friedrich@hmv.org.br

Celular: 51 99457-3691

 

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