Resumo

Indicadores em saúde são recursos fundamentais para avaliar e monitorar a qualidade da assistência prestada pelos serviços de saúde, com o objetivo de melhorar processos e, por consequência, os desfechos. Inúmeros sistemas de saúde no mundo utilizam programas consolidados de indicadores que permitem avaliar e comparar a qualidade assistencial de seus hospitais. Além disso, alguns países instituíram programas que permitem a escolha dos melhores prestadores através do resultado dos indicadores, possibilitando identificar pontos de aprimoramento e desenvolvimento de políticas baseadas em desempenho.

No Brasil, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) estabeleceu, em 2016, um sistema de medição para avaliar a qualidade dos prestadores de serviço na saúde suplementar através do Programa de Qualificação dos Prestadores de Serviços na Saúde (PM QUALISS).

 


Introdução

O Projeto Indicadores foi desenvolvido no triênio 2018-2020 diante da necessidade de atualização do painel de indicadores e do desenvolvimento de uma ferramenta para consolidação e gestão dos dados. Juntamente com a ANS e com os demais Hospitais PROADI-SUS, a iniciativa se propôs a atualizar o painel do PM QUALISS com indicadores que visam mensurar a qualidade da assistência prestada pelos serviços de saúde, assim como desenvolver e implementar uma ferramenta de coleta e monitoramento de indicadores. As atividades foram encerradas em 21 de maio de 2021.

A expectativa é que o usuário dos serviços de saúde no Brasil passe a ter acesso a informações sobre a qualidade do serviço prestado e aumente sua participação na gestão da própria saúde. Cabe destacar que os indicadores implementados e métodos de coleta são aplicáveis aos hospitais filantrópicos e públicos. Assim, a longo prazo, contribuirá para a mudança na cultura das organizações de saúde no âmbito nacional, principalmente quanto à implantação de melhorias contínuas e no planejamento da saúde no Brasil, bem como possibilitando a realização de estudo que oportunize revisão na metodologia de remuneração dos serviços de saúde.

Este modelo atingirá o seu objetivo na medida em que as instituições utilizem as informações geradas para a identificação de oportunidades de melhoria, gerando consequências diretas relacionadas à saúde dos pacientes.

 


Métodos

Neste período, foram selecionados 14 indicadores gerais e 49 indicadores para as linhas de cuidado. Estes indicadores foram implementados em 15 instituições hospitalares nas cinco regiões brasileiras.

Para apoiar o desenvolvimento do projeto, foram elaborados materiais teóricos e boletins informativos para as instituições participantes. Além disso, o projeto desenvolveu um sistema para viabilizar a coleta e a visualização dos resultados dos indicadores. Nesta perspectiva, esperou-se incentivar a busca por qualificação e organização da qualidade assistencial dos hospitais brasileiros, permitindo a construção de bases de dados para estimular a mudança do processo de remuneração baseada em desfechos.

Na fase inicial, que ocorreu em novembro de 2018, foram selecionados os indicadores para compor o painel geral e as linhas de cuidado, escolha realizada através do método RAM (RAND Assessment Method / UCLA) aplicado à revisão da literatura para a identificação dos indicadores mais relevantes para o desempenho hospitalar.

Seis linhas de cuidado foram definidas com base nas doenças mais prevalentes na população brasileira, de acordo com estimativas do Global Burden of Disease:

  • Acidente Vascular Cerebral (AVC);
  • Artropatia de quadril;
  • Câncer de mama; 
  • Câncer de próstata;
  • Sepse e choque séptico;
  • Síndrome coronariana aguda (SCA).
  • Para cada linha de cuidado, um subcomitê de especialistas foi composto para a definição de um conjunto de indicadores específicos. Para a implementação do projeto, em maio de 2019, foram selecionados hospitais filantrópicos e privados participantes do Programa de Qualificação dos Prestadores de Serviços de Saúde da ANS, com o atributo de Acreditação. Além do painel geral, cada hospital elegeu, no mínimo, três linhas de cuidado para coleta de dados, sendo a linha da Sepse obrigatória. Os hospitais selecionados receberam acesso a uma plataforma exclusiva, desenvolvida pelo projeto para coleta e visualização dos dados.

    O painel de indicadores foi dividido em gerais e específicos para linhas de cuidado, enquanto os indicadores gerais foram distribuídos nos domínios efetividade, eficiência e segurança - sua escolha foi baseada em evidências da literatura nacional e internacional, validada por especialistas. Os indicadores específicos foram subdivididos entre as seis linhas de cuidado citadas, considerando doenças de alto impacto em morbimortalidade na população brasileira e cujos desfechos associados à qualidade hospitalar.


    Resultados

    O projeto selecionou e elaborou material técnico referente a 63 indicadores. 

    O painel de indicadores gerais é composto por 14 indicadores, classificados em 3 domínios.

    As linhas de cuidado compreendem um total de 49 indicadores, o material técnico está disponível aqui. Os 49 indicadores estão distribuídos da seguinte maneira:

  • Acidente vascular cerebral: 10 indicadores;
  • Artropatia de quadril: 10 indicadores;
  • Câncer de mama: 5 indicadores;
  • Câncer de próstata: 5 indicadores;
  • Sepse e choque séptico: 9 indicadores;
  • Síndrome coronariana aguda: 10 indicadores.
  • Os indicadores foram implementados nas 12 instituições e em 4 hospitais PROADI-SUS.

    A coleta iniciou em setembro de 2019 e encerrou em dezembro de 2020. Além disso, um sistema de coleta e visualização de dados foi desenvolvido.

    A construção do Sistema de Indicadores Hospitalares - SIHOSP ocorreu em três fases de desenvolvimento com consonância a evolução dos materiais técnicos e necessidades apontadas pela área de negócio da Agência Nacional de Saúde Suplementar.

    Em 2021, ocorreu a finalização da terceira fase de desenvolvimento do SIHOSP e a formalização da transmissão do direito de garantia do fornecedor para a Agência Nacional de Saúde Suplementar, por meio do Termo de Entrega de Responsabilidade de Sistema - SIHOSP.


    Equipe

    • Hospital Moinhos de Vento

      Liderança

      Ruchelli França de Lima – Hospital Moinhos de Vento, Porto Alegre - Lattes


      Equipe
      Luiz Antônio Nasi – Hospital Moinhos de Vento, Porto Alegre – Lattes Carisi Anne Polanczyk – Hospital Moinhos de Vento, Porto Alegre – Latte Carolina Zenilda Nicolao - Hospital Moinhos de Vento, Porto Alegre – Lattes Débora Dalmas Gräf – Hospital Moinhos de Vento, Porto Alegre – Lattes Guilhermo Prates Sesin – Hospital Moinhos de Vento, Porto Alegre –  Lattes Karlyse Claudino Belli – Hospital Moinhos de Vento, Porto Alegre – Lattes Leonardo Augusto Carbonera – Hospital Moinhos de Vento, Porto Alegre – Lattes
      Colaboração
      Hospital Albert Einstein Hospital Alemão Oswaldo Cruz Hospital do Coração Sociedade Brasileira de Medicina Hospitalar

       


      Área Técnica

      GEEIQ / DIDES -  Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS)


    Indicadores

    44
    Quantidade de profissionais
    envolvidos em atividades de gestão
    7
    Quantidade de profissionais
    envolvidos em pesquisa

    Abrangência

    • Alagoas

      • Maceió

        santa casa de misericordia de maceio
    • Amazonas

      • Manaus

        hospital santa julia
    • Bahia

      • Salvador

        hospital alianca
    • Ceará

      • Fortaleza

        hospital regional unimed
    • Distrito Federal

      • Brasília

        hospital santa lucia
    • Minas Gerais

      • Ipatinga

        hospital marcio cunha
      • Juiz de Fora

        santa casa de misericordia de juiz de fora
    • Rio Grande do Sul

      • Porto Alegre

        hospital moinhos de vento
    • Rio de Janeiro

      • Volta Redonda

        hospital unimed
    • Santa Catarina

      • Blumenau

        hospital santa catarina
    • São Paulo

      • São José do Rio Preto

        hospital infante d henrique
      • São Paulo

        cim hosp alemao oswaldo cruz
        hospital do coracao
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