Resumo

A segurança do paciente é um tema de discussão mundial, revelando que nos serviços de saúde estamos frequentemente expostos a eventos não desejáveis. Em 2017, a OMS lançou o terceiro Desafio Global de Segurança do Paciente com o tema “Medicação sem Danos”, com meta de reduzir em 50% os danos graves e evitáveis. A prevenção desses danos ocorre com a implantação de boas práticas, gestão de riscos, revisão e adequação de protocolos. Esse projeto auxilia os hospitais a organizar seus processos, em especial de medicação, para que os eventos diminuam ou deixem de acontecer, sendo apoiado pelas secretarias do estado. Apoiar as instituições na elaboração, revisão e monitoramento dos Protocolos de Segurança do Paciente, e na implantação do Núcleo de Segurança do Paciente, utilizando a metodologia da Ciência da Melhoria (utilização do Diagrama direcionador e teste de ideias de mudança) para o protocolo de “Segurança na Prescrição, Uso e Administração de Medicamentos”, tendo como foco os medicamentos potencialmente perigosos, com meta de redução de erros em 50% até outubro de 2020.  

Presente em 12 hospitais nos Estados do AP, RO, MS e PA, este projeto de intervenção, cujo referencial metodológico é o “Modelo de Melhoria”, utiliza ferramentas e método específico, auxiliando na realização das mudanças necessárias. Os participantes são integrantes da equipe de saúde e coordenações de áreas como núcleo de segurança do paciente, serviço de controle de infecção, educação permanente, além de profissionais da assistência.

As etapas são: Aplicação de Questionário de avaliação; Análise critica dos resultados; Visita Técnica e Diagnóstica; Oficinas para Capacitação Técnica/Científica; Visitas de apoio nas instituições e Monitoramento.

Um dos itens do questionário diagnóstico apontou o baixo de grau de implementação dos protocolos de segurança, em especial o de Medicamento Potencialmente Perigoso em 0%.

Estão envolvidos a Coordenação Geral de Atenção Hospitalar, o Departamento de Atenção Hospitalar, Domiciliar e de Urgência, a Secretaria de Atenção Especializada a Saúde e os 12 hospitais participantes.

Em 2018 as atividades concluídas abrangem: aplicação do questionário, análise critica, visita técnica e diagnóstica e realização de Oficina para capacitação Técnica/Cientifica. Em 2019: 3 ciclos de visitas de monitoramento; 4 workshops regionais; 2 Workshops para treinamento da plataforma eletrônica de monitoramento; 12 Reuniões virtuais coletivas e por hospitais; 2 Reuniões nas Secretarias de Saúde, diretores das instituições e coordenação dos núcleos de segurança das Visas;  2 Reuniões de monitoramento com Ministério da Saúde; 1 Workshop geral em Brasília. 

81.8% dos hospitais elevaram taxas de conformidades na adoção de ideias de mudança; 91% mensuram indicadores de erro de prescrição médica, e apresentam a mediana consolidada com redução de 13,5% sendo que, 5 atingiram a meta uma ou mais vezes no período e 2 dos hospitais apresentaram melhoria. 

Introdução

Muitos são os desafios para redução dos riscos e danos referentes ao cuidado prestado, como queda, infecção, erro de medicação, considerados eventos de forma não intencional e não desejáveis, cujas estatísticas oscilam entre 10,9 e 56%.

O Brasil apoia o movimento da Aliança Mundial pela Segurança do Paciente. O Ministério da Saúde em 2013 institui o Programa Nacional de Segurança do Paciente e a ANVISA publica a RDC nº36 de julho de 2013  que determina as ações necessárias para segurança do paciente nos serviços de saúde com propostas de estratégicas para reduzir esses eventos.

Em 2017, reconhecendo o alto risco de danos associados ao uso de medicamentos, a OMS lançou o terceiro Desafio Global de Segurança do Paciente com o tema “Medicação sem Danos”. A meta desse desafio é reduzir em 50% os danos graves e evitáveis relacionados a medicamentos, ao longo dos próximos cinco anos, a partir do desenvolvimento de sistemas de saúde mais seguros e eficientes em cada etapa do processo de medicação: prescrição, distribuição, administração, monitoramento e utilização. No Brasil existem algumas iniciativas do Ministério da Saúde em levantar as ocorrências dos eventos, porém nem todos os hospitais realizam as medidas de controle e monitoramento. Nesse sentido, o projeto Qualiti Hospitalar visa oferecer suporte às lideranças na implantação dos protocolos de segurança. O projeto Qualiti Hospitalar tem como objetivo: apoiar as instituições na elaboração, revisão e monitoramento dos Protocolos de Segurança do Paciente, e na implantação do Núcleo de Segurança do Paciente, utilizando a metodologia da Ciência da Melhoria (utilização do Diagrama direcionador e teste de ideias de mudança) para o protocolo de “Segurança na Prescrição, Uso e Administração de Medicamentos”, tendo como foco os medicamentos potencialmente perigosos (MPP), com meta de redução de erros em 50% até outubro de 2020.


Métodos

O Qualiti Hospitalar é um projeto de intervenção e está presente em 12 hospitais nos Estados do Amapá, Rondônia, Mato Grosso do Sul e Porto Alegre. Tem como referencial metodológico o “Modelo de Melhoria”, que com a utilização de ferramentas e método específico auxilia na realização das mudanças necessárias nestes hospitais. O público participante é composto por profissionais integrantes da equipe de saúde e coordenações de áreas como núcleo de segurança do paciente, serviço de controle de infecção, educação permanente além de profissionais da assistência. As atividades contemplam: Aplicação de Questionário para avaliação das instituições por meio de uma plataforma digital. O questionário foi elaborado por um time de especialistas, envolvendo questões de estrutura e (física, recursos humanos) processos que abrangem qualidade, segurança e seu monitoramento. Análise crítica dos resultados. Etapa em que os dados são exportados, estratificados e analisados internamente para iniciar o planejamento das visitas de diagnóstico. Visita Técnica e Diagnóstica. Etapa de avaliação dos serviços e áreas dos hospitais com foco nos indicadores dos protocolos de segurança do paciente e protocolos clínicos, seus resultados e se há oportunidade de melhoria, avalia o que é exequível frente ao contexto organizacional. A partir da visita técnica e diagnóstica, a instituição estrutura o plano de ação. Oficinas para Capacitação Técnica/Científica. Tem a finalidade de aperfeiçoar as equipes no uso de ferramentas de qualidade, compreender métodos de implementação de mudanças e estrutura dos protocolos e seu monitoramento. Visitas de apoio nas instituições. Realizadas com objetivo de orientar e esclarecer dúvidas no método e o acompanhamento na implantação dos processos. Monitoramento. Realizados com objetivo acompanhar a execução do projeto e avalia o alcance dos resultados e metas, ocorre in loco com as secretarias de saúde, diretores dos hospitais e  área técnica do Ministério da Saúde.


Resultados

Atividades ano de 2018:

A partir de informações fornecidas pelos 12 hospitais, analisaram-se os resultados referentes à estrutura hospitalar, gestão de qualidade, comissões e documentos, prontuário do paciente, farmácia, e aspectos de segurança, com 77 itens mensurados. Dessa análise obtiveram-se taxas de conformidades por área, por hospitais e média geral por instituição, além da Média Geral dos 12 hospitais, que foi de 55%.

  • 75% das instituições possuíam Núcleo de Segurança.
  • 83% não monitoravam eventos adversos;
  • 8,32% tinham protocolos de Segurança implantados
  •  Oficinas para capacitação Técnica/Cientifica, com 167 participantes nos 4 estados.

     Atividades ano de 2019:

  • 3 ciclos de visitas de monitoramento;
  • 4 workshops regionais;
  • 2 Workshops para implantação da plataforma eletrônica de monitoramento;
  • Monitoramento das atividades
  • 13 Reuniões virtuais coletivas
  • 2 Reuniões nas secretarias de saúde, com participação dos diretores das instituições e coordenação dos núcleos de segurança das Visas.
  • 2 Reuniões de monitoramento com Ministério da Saúde – CGHOSP – SAES.
  •  Atividades ano de 2020:

  • 1 Workshop geral em Brasília
  •  Resultados

  •  8% dos hospitais elevaram as taxas de conformidades do protocolo de medicação
  • 33,4% dos hospitais apresentavam conformidade acima de 50% 
  • Desempenho dos indicadores

  • 91% dos hospitais mensuram indicadores de erro de prescrição, e apresentam a mediana consolidada com redução de 13,5% sendo que, 5 atingiram a meta uma ou mais vezes no período e 2 dos hospitais apresentaram melhoria.
  • 72,7% (8) dos hospitais mensuram o indicador de erro de dispensação e apresentam a mediana consolidada com redução de 23,3% sendo que, 2 atingiram a meta pelo menos uma vez no período e 1 dos hospitais apresentou.
  • 72,7% (8) dos hospitais mensuram o indicador de erro de omissão e apresentam a mediana consolidada com redução de 14,6% sendo que, 1 atingiu a meta uma vez no período e 2 dos hospitais apresentaram melhoria.

  • Equipe

    • Hcor

      Liderança

      Bernardete Weber - Associação Beneficente Síria - Hospital do Coração - HCor, São Paulo, SP, http://lattes.cnpq.br/0961819677749530

      Gizelda Monteiro da Silva - Associação Beneficente Síria - Hospital do Coração - HCor, São Paulo, SP, http://lattes.cnpq.br/2505797172646870


      Equipe

      Cristiana Martins Prandini - Associação Beneficente Síria - Hospital do Coração - HCor, São Paulo, SP   http://lattes.cnpq.br/2592336058988572

      Andrea Keiko Gushken - Associação Beneficente Síria - Hospital do Coração - HCor, São Paulo, SP   http://lattes.cnpq.br/5805735055806414

       

       

      Patricia Vendramim – Associação Beneficente Síria - Hospital do Coração - HCor, São Paulo, SP   http://lattes.cnpq.br/8115630097723963  

       

       

      Américo Bez Junior – Associação Beneficente Síria - Hospital do Coração - HCor, São Paulo, SP   http://lattes.cnpq.br/6552206806460844


      Colaboração

      Hospital Da Criança e do Adolescente – Macapá - Amapá

      Hospital De Clinicas Dr Alberto Lima - – Macapá - Amapá

      Hospital Estadual De Santana - – Macapá - Amapá

      Hospital Da Mulher Mãe Luzia – HMML - – Macapá - Amapá

      Cemetron – Centro de Medicina Tropical de Rondônia - Porto Velho - Rondônia

      Hospital João Paulo II -  Porto Velho - Rondônia

      Hospital Cosme E Damiao - Porto Velho - Rondônia

      Hospital Regional de Mato Grosso Do Sul – Campo Grande – Mato Grosso do Sul

      Associação De Amparo a Maternidade e a Infância – AAMI - Campo Grande – Mato Grosso do Sul

      Hospital Evangélico Dr Sra Goldsby King – Dourados – Mato Grosso do Sul

      EBSERH- Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian - Campo Grande – Mato Grosso do Sul

      Hospital de Pronto Socorro de Porto Alegre – Porto Alegre – Rio Grande do Sul


      Área Técnica

      Coordenação Geral de Atenção Hospitalar – CGHOSP

      Departamento de Atenção Hospitalar, Domiciliar e de Urgência,  DAHU

      Secretaria de Atenção Especializada a Saúde - SAES Ministério da Saúde (CGHOSP/DAHU/SAES/MS)

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