Como hospital membro do PROADI-SUS, o Moinhos de Vento lidera projetos que chegaram a 56.036 atendimentos no último triênio, entre 2018 e 2020. Essas iniciativas visam reduzir o tempo de espera para consultas em serviços especializados, ampliando o acesso à saúde da população, contribuindo para melhores desfechos clínicos por meio da telemedicina.
O CEO da companhia, Mohamed Parrini, enfatiza a relevância do PROADI-SUS como modelo de parceria entre o setor público e o privado no Brasil. “Está no nosso DNA cuidar de vidas, e isso não se faz apenas dentro das paredes do nosso Hospital. Tudo o que aprendemos ao longo da trajetória de nosso hospital é compartilhado com centenas de instituições de saúde públicas e filantrópicas do nosso País. Temos uma forte relação com a comunidade e trabalhamos para melhorar as condições de vida de todos os brasileiros”, afirma.
Mais agilidade
Para ampliar o acesso de pacientes do SUS ao diagnóstico oftalmológico, foi criado o projeto TeleOftalmo, que busca reduzir a fila de espera para consulta com essa especialidade no Rio Grande do Sul. A iniciativa é desenvolvida em parceria com o TelessaúdeRS.
A implementação do projeto ajudou a solucionar 70% dos casos na região sem necessidade de consulta presencial — o maior número de casos ocorreu devido a erros de refração, como Miopia, Astigmatismo, Hipermetropia e Presbiopia. Participam os municípios de Porto Alegre, Santa Rosa, Farroupilha, Pelotas, Santa Cruz do Sul, Passo Fundo e Santiago. No total, foram 30.315 atendimentos.
As estruturas dos consultórios remotos são capazes de realizar a maioria dos diagnósticos oftalmológicos, como retinopatia diabética, catarata e erros de refração. Esses consultórios são coordenados à distância por oftalmologistas do TelessaúdeRS e do Hospital Moinhos de Vento, responsáveis por orientar e supervisionar a realização dos exames. Também são operados localmente por uma equipe de técnicos de enfermagem e enfermeiros. Por meio do Teleoftalmo, houve ainda a doação de 10.152 pares de óculos aos pacientes atendidos, de acordo com a meta estabelecida junto ao Ministério da Saúde.
Compartilhando experiências
O hospital lidera ainda uma outra iniciativa que utiliza a telemedicina para otimizar o atendimento em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) pediátricas. Quem conta mais é o coordenador médico de Saúde Digital do Hospital Moinhos de Vento, Felipe Cabral. “o projeto TeleUTIP apoia as equipes a buscarem os melhores desfechos clínicos, levando em conta a realidade local”, destaca.
A partir do Centro de Comando localizado no Hospital Moinhos de Vento, os médicos e equipe multidisciplinar especializados em terapia intensiva se conectam com a equipe assistencial local remota e avaliam, por meio de protocolos clínicos preestabelecidos, todos os pacientes internados. “Um dos resultados destacados foi a redução de 50% na mortalidade do Hospital Geral de Palmas Dr. Francisco Ayres (TO). No total, foram 16.001 teleatendimentos no período”, explica o executivo.
Para a lavadeira Lucélia Barbosa da Silva, 36 anos, o atendimento recebido por Ana Luiza, 11, foi fundamental para a recuperação da menina, que por três meses ficou internada para tratar uma bactéria. “Ajudou bastante, sim. Ela conta que chegou a conversar com os médicos de fora que ajudaram no tratamento”, contou a moradora de Oliveira de Fátima, cidade que fica na região metropolitana de Palmas (TO).
O TeleUTIP teve início em 2018, em Palmas, e no Hospital Regional Norte, em Sobral (CE). Em 2019, foi realizado no Hospital Federal Cardoso Fontes (RJ). Já em 2020, o projeto começou a ser executado no Hospital Martagão Gesteira, em Salvador (BA). Para este ano, a meta é expandir o projeto para mais 11 unidades pediátricas, mais três UTIs neonatais e três UTIs adultas, agora com o nome de Tele-UTI.
Gestão remota
O Regula Mais Brasil, que desde o ano passado é colaborativo entre os hospitais membros do PROADI-SUS, utiliza a regulação à distância para avaliação dos encaminhamentos dos serviços da Atenção Primária à Saúde para consultas médicas com especialistas, com base nos protocolos do Ministério da Saúde. O principal objetivo é evitar encaminhamentos desnecessários, adequar a prioridade das consultas e reduzir o tempo de espera.
O projeto iniciou a atuação em Recife (PE), em maio de 2020, disponibilizando além da telerregulação, consultorias em tempo real e teleconsultas — essas últimas foram incluídas nas ações do projeto devido ao início pandemia de COVID-19. As especialidades atendidas são Cardiologia, Endocrinologia, Neurologia, Reumatologia e Traumatologia e Ortopedia.
De maio a dezembro de 2020, foram realizadas 45.459 ações de regulação, 94 consultorias em tempo real e 2.902 teleconsultas pela equipe do projeto. O Hospital Moinhos de Vento foi responsável por 9.126 regulações e 594 teleconsultas de Cardiologia (70,4%) e Neurologia (29,6%) nesse período. As ações da iniciativa permitiram avaliação de pacientes e otimização de tratamentos à distância, mais agilidade na regulação dos casos de alta prioridade para consulta presencial, suporte às equipes da atenção primária e secundária que restringiram suas atividades, e redução dos deslocamentos desnecessários dos pacientes durante a pandemia e o lockdown.
A análise dos indicadores, realizada em março de 2021, mostrou redução de 60% no tempo médio em dias de espera dos casos regulados como prioridade alta para consulta; queda de 30% no número de novos encaminhamentos em fila de espera; aumento de 1,6x na taxa de encaminhamentos aprovados na primeira avaliação. Os resultados são ainda parciais, mas já demonstram a importância das ações do projeto para os usuários e os serviços do SUS.