Resumo
A Planificação da Atenção à Saúde (PAS) é uma metodologia utilizada para organização das Redes de Atenção à Saúde (RAS), baseada em diretrizes clínicas e no Modelo de Atenção às Condições Crônicas (MACC), ela permite que as equipes desenvolvam competências para o planejamento e organização da atenção à saúde com foco nas necessidades dos usuários.
O público-alvo do projeto engloba todos os profissionais e gestores das unidades de saúde participantes, incluindo tutores locais. Cada etapa acontece concomitantemente nas 24 regiões, somando 270 municípios e cerca de 3.000 unidades de saúde.
Introdução
Em parceria com o Ministério da Saúde e o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS), a proposta contribui com o desenvolvimento da APS por meio de mudanças na formação e organização de processos de trabalho dos profissionais que fazem parte das equipes assistenciais e de gestão. A capacitação ocorre a partir de workshops, oficinas temáticas e cursos EAD, além de protocolos, políticas, rotinas e ferramentas de qualidade.
Dessa forma, a iniciativa visa colaborar significativamente com a organização do processo de trabalho das equipes do SUS, além de fomentar a integração das RAS, gerando resultados capazes de apoiar o processo de reorganização das equipes.
Também faz parte desse trabalho apoiar o corpo técnico-gerencial das Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde no que se refere ao planejamento, organização e operacionalização das oficinas e dos macroprocessos que fazem parte da APS e da AAE. Espera-se auxiliar na mudança da cultura das organizações de saúde, englobando a segurança do paciente e a implantação de melhorias.
Métodos
A Fase 2 do PlanificaSUS está dividida nas seguintes etapas:
Etapa Preparatória: Monitoramento do Plano Controle e Planejamento da Fase 2;
Integração e Comunicação entre Atenção Primária à Saúde (APS) e na Atenção Ambulatorial Especializada (AAE);
Monitoramento e Avaliação na Atenção Primária à Saúde (APS) e na Atenção Ambulatorial Especializada (AAE);
Autocuidado Apoiado na Atenção Primária à Saúde (APS) e na Atenção Ambulatorial Especializada (AAE);
Cuidados Continuados e Paliativos na Atenção Primária à Saúde (APS) e na Atenção Ambulatorial Especializada (AAE);
Transversalidade da Segurança do Paciente na Planificação da Atenção à Saúde;
Macroprocessos da Vigilância em Saúde;
Plano controle para continuidade da estratégia.
Cada etapa está organizada para desenvolver a metodologia da PAS regionalmente, por meio de workshops e das oficinas tutoriais. Os workshops utilizam práticas de problematização para estimular a reflexão dos gestores e suas equipes, feitas a partir de oficinas educacionais voltadas à criação de competências, habilidades e atitudes necessárias para a organização e qualificação dos processos assistenciais.
Em seguida, os profissionais conduzem as oficinas tutoriais nas unidades de saúde da APS e AAE, apoiando diretamente as equipes no exercício de suas funções assistenciais e gerenciais. Assim, é possível identificar lacunas e oportunidades para a integração e fortalecimento da RAS, em um movimento de “fazer junto” e não de fiscalização das práticas locais. Em cada uma das regiões de saúde participantes, existe uma equipe de um consultor regional, um analista da APS, um analista da AAE e um tutor para dar o suporte necessário à condução do processo.
Resultados
Principais Resultados:
Abrangência no SUS
18 Unidades federativas;
24 Regiões de Saúde;
264 municípios;
1248 unidades básicas de saúde;
3.231 equipes;
31 ambulatórios em implantação do Modelo PASA;
30.627 profissionais envolvidos;
1.551 profissionais atuando enquanto tutores do projeto;
71% de expansão na APS;
42% de municípios com 100% de expansão.
Indicadores da Atenção Primária à Saúde
Os indicadores de APS elencados pelo projeto para o monitoramento, foram os indicadores vigentes do Ministério da Saúde no período 2021-2023 (PrevineBR):
85% dos municípios alcançaram ISF ≥7;
54% dos municípios alcançaram indicador 6+ consultas pré-natal;
86% dos municípios alcançaram indicador exames de sífilis e HIV na gestação;
100% dos municípios do baixo Amazonas- AM alcançaram o indicador de exames de sífilis e HIV na gestação;
Os municípios de Ipueira-RN; Gouveia-MG e Veredinha-MG apresentaram ISF= 10 por dois quadrimestres seguidos;
100% dos municípios na região de Irati-PR alcançaram o indicador de 6+ consultas de pré-natal.
Segurança do Paciente| Núcleos de Segurança do Paciente
Ao longo do triênio 2021-2023, o PlanificaSUS dedicou-se a abordar de forma transversal a Segurança do Paciente na APS e na AAE:
18 Núcleos Estaduais de Segurança do Paciente implantados;
05 unidades federativas (DF, MA, MG, PR e SE) atualizaram e reformularam as políticas estaduais de Segurança do Paciente: Plano Estadual de Segurança do Paciente e Regimento dos Núcleos Estaduais de Segurança do Paciente;
91 municípios com Núcleo de Segurança do Paciente implantado;
140 times de segurança implantados nos serviços de APS e AAE.
Cuidados Paliativos na APS| Pós-graduação
implantação dos cuidados paliativos na APS, focando a abordagem paliativa e a elegibilidade de pessoas usuárias ao cuidado paliativo foram prioritários no PlanificaSUS;
Foram formados 139 profissionais especialistas em cuidados paliativos na APS de diferentes unidades federativas do país;
A pós-graduação foi disponibilizada para profissionais de todo país, não se restringindo às regiões participantes do projeto.
Validação de Escalas em Saúde
Escala de vulnerabilidade Familiar (EVFAM-BR): esta escala permite classificar os domicílios em estratos de vulnerabilidade, contribuindo com as equipes no planejamento de ações e intervenções em saúde;
Escala de Vulnerabilidade Odontológica (EVO-BR):a aplicação e interpretação da EVO-BR, os usuários da APS podem ser classificados em dois estratos de vulnerabilidade, permitindo nortear as equipes de saúde bucal no planejamento das suas ações e intervenções em saúde bucal com base nas necessidades da população de sua responsabilidade;
Escala de Avaliação da Necessidade de Cuidado em Saúde Mental (Cuida SM): esta escala permite mensurar o grau de necessidade de cuidado em saúde mental em pessoas usuárias acompanhadas na APS, de forma a apoiar o processo de escolamento do cuidado.
Atenção Ambulatorial Especializada (AAE):
Fortalecimento do compartilhamento do cuidado do usuário: ferramentas instrumentos e comunicação para o compartilhamento do cuidado;
Atenção Contínua: tecnologia leve de cuidado, que possibilita um atendimento contínuo, sendo seu produto plano de cuidados multiprofissional;
Fortalecimento de funções do ambulatório: assistencial, matricial e educacional.
Equipe
-
Einstein Hospital Israelita
Indicadores
850
Quantidade de profissionais
envolvidos em atividades de gestão
32
Quantidade de profissionais
envolvidos em pesquisa
2000
Quantidade de participantes
envolvidos na pesquisa
Abrangência