Conhecida como Doença de Jorge Lobo, a lobomicose é uma infecção rara causada por um fundo, que afeta a pele e tecidos subcutâneos. A doença acomete moradores de regiões tropicais e subtropicais das Américas, que têm contato com florestas, como trabalhadores rurais e indígenas.
Por causar lesões crônicas e desfigurantes, o paciente sofre preconceito e isolamento. Em muitos casos, o tratamento cirúrgico é necessário, mas a doença reaparece. E ainda não há um medicamento eficaz, embora alguns, como o itraconazol, tenham mostrado algum benefício.
A falta de evidências dificulta o tratamento da doença, assim o projeto Aptra-Lobo se propõe a acompanhar pacientes com lobomicose, recrutados em centros de saúde, e estabelecer protocolos de diagnóstico e tratamento. Por meio da equipe do projeto, ainda será produzido um manual para ajudar os profissionais de saúde no diagnóstico, tratamento e acompanhamento de pacientes.
Os benefícios do enfrentamento à lobomicose para o desenvolvimento Sistema Único de Saúde (SUS) são claros: a doença é pouco compreendida, causa lesões que interferem na qualidade de vida do paciente e a falta de protocolos clínicos de diagnóstico e tratamento definidos é um desafio para enfrentamento do problema. Ao acompanhar sistematicamente pacientes que usam o medicamento itraconazol, será possível entender sua eficácia, identificar possíveis recidivas e fatores que afetam a resposta à droga. As informações científicas obtidas ajudarão a traçar políticas públicas e melhorar a gestão desta e de outras doenças endêmicas em populações vulneráveis.
Assim, este projeto ajudará a entender como a doença de Jorge Lobo é tratada dentro da rede pública de saúde, gerando dados e informações valiosas, além de estabelecer protocolos clínicos e laboratoriais embasados em evidências, com orientações práticas para abordar a lobomicose no SUS.
O projeto fará um estudo com a participação de cem pacientes diagnosticados com a doença, que será conduzido em diferentes serviços de saúde brasileiros das regiões Norte e Nordeste, entre julho de 2024 e julho de 2026. Seu objetivo é avaliar a eficácia do tratamento da lobomicose com o itraconazol. A seleção dos centros participantes será feita em colaboração com autoridades de saúde locais e critérios específicos serão considerados.
Os resultados esperados são:
Outra entrega refere-se à revisão bibliográfica sobre a doença, para a produção de um manual desenvolvido por dermatologistas e infectologistas para a lobomicose. O material trará o conhecimento mais atual e avançado sobre o diagnóstico e tratamento dessa doença.
O projeto tem como objetivo acompanhar prospectivamente e de forma sistemática a evolução clínica de pacientes submetidos ao tratamento da lobomicose com antifúngicos fornecidos pelo SUS, visando avaliar os desfechos do tratamento e relacioná-los a parâmetros farmacocinéticos e filogenéticos para informar a elaboração e aprimoramento de políticas públicas relacionadas ao agravo.
Marinês Dalla Valle Martino - Hospital Israelita Albert Einstein, São Paulo, SP - http://lattes.cnpq.br/5718503793857686
Angela Satie Nashikaku - Hospital Israelita Albert Einstein, São Paulo, SP - CV: http://lattes.cnpq.br/4229212560878659
Bruna de Oliveira Silva - Hospital Israelita Albert Einstein, São Paulo, SP - http://lattes.cnpq.br/7726175537299040
Leonardo José da Silva - Hospital Israelita Albert Einstein, São Paulo, SP - http://lattes.cnpq.br/4822074972206090
João Nóbrega de Almeida Júnior - Hospital Israelita Albert Einstein, São Paulo, SP - http://lattes.cnpq.br/6338849954541656
Marcos César Florian - Hospital Israelita Albert Einstein, São Paulo, SP - http://lattes.cnpq.br/6964846564959641
Marcus de Melo Teixeira - Hospital Israelita Albert Einstein, São Paulo, SP - http://lattes.cnpq.br/4989251399905728
Departamento de HIV/Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis