As doenças cardiovasculares (DCV) são a causa número um de mortes em todo o mundo - só no Brasil são cerca de 14 milhões de pessoas acometidas por algum tipo de problema no coração. Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), a estimativa é que essas enfermidades causem cerca de mil mortes por dia no país.
De acordo com a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), em países de baixa e média renda, onde ainda não há programas integrados de atenção primária para a detecção e tratamento precoce dos indivíduos expostos aos fatores de risco, ocorrem pelo menos três quartos das mortes por doenças cardiovasculares registradas no mundo.
Entre os fatores de risco não tradicionais há uma potencial associação das DCV com infecções do trato respiratório. Diante disso, o Estudo VIP tem como objetivo avaliar o potencial efeito da vacinação contra a influenza na redução de novos eventos cardio-respiratórios futuros em pacientes que apresentam uma síndrome coronariana aguda, um infarto do miocárdio.
Será elaborado um protocolo robusto e pragmático de pesquisa para responder questões pertinentes relacionadas ao assunto e construir uma rede capacitada para conduzir ensaios clínicos de grande porte no SUS, em nível nacional, incluindo a totalidade da amostra de pacientes.
Caso demonstre eficácia, a intervenção por meio das vacinas contra a influenza poderá ser implementada no SUS de maneira quase que imediata. Espera-se desestimular a crença de que doenças cardiovasculares são comuns à velhice, esclarecer que se trata de uma condição potencialmente evitável, e motivar uma possível mudança de políticas públicas para a prevenção do risco cardiovascular. Além disso, a iniciativa reforça a importância da vacinação, contribui para um maior conhecimento dos benefícios adicionais dos imunizantes e pode potencializar as campanhas do Ministério da Saúde.
O Estudo VIP irá avaliar se a aplicação de doses aumentadas de vacina para influenza em pacientes com síndrome coronariana aguda durante a fase hospitalar pode diminuir o risco de eventos cardiovasculares maiores, como morte cardiovascular, infarto agudo do miocárdio, AVC e hospitalizações respiratórias, quando comparada à aplicação da dose usual.
A metodologia utilizada nesse projeto é o ensaio clínico randomizado, em paralelo, multicêntrico, com avaliação cega de desfechos e análise por intenção de tratar, isto é os pacientes serão alocados a cada braço do tratamento, por meio aleatório via um sistema eletrônico.
Conduzido pela Academic Research Organization (ARO), do Hospital Israelita Albert Einstein, o estudo contará com hospitais brasileiros de grande porte, públicos e privados, preferencialmente que atendam a rede pública e que prestem assistência aos pacientes em fase aguda de uma síndrome coronariana. Serão incluídos pacientes com esse perfil, totalizando 1800 pessoas ao longo de três anos.
Critérios de inclusão
Critérios de exclusão
Intervenções
Será comparada a vacinação dose dupla (tetravalente) durante a fase de internação hospitalar após uma síndrome coronariana aguda versus dose única padrão (tetravalente) após 30 dias da alta hospitalar.
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Dr. Otavio Berwanger - Hospital Israelita Albert Einstein, São Paulo, SP - Lattes Dr. Henrique A. Fonseca - Hospital Israelita Albert Einstein, São Paulo, SP - Lattes
Ronaldo Soares - Hospital Israelita Albert Einstein, São Paulo, SP Diogo Moia - Hospital Israelita Albert Einstein, São Paulo, SP Vanesa Mazon - Hospital Israelita Albert Einstein, São Paulo, SP Luciana Piano - Hospital Israelita Albert Einstein, São Paulo, SP Fernanda Cardoso - Hospital Israelita Albert Einstein, São Paulo, SP Kleber Castilho - Hospital Israelita Albert Einstein, São Paulo, SP Denise Guimarães - Hospital Israelita Albert Einstein, São Paulo, SP
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