Resumo

Considerando-se a diversidade genética da população brasileira, foi criada a rede BrasilCord, que reúne Bancos Públicos de Sangue de Cordão Umbilical e Placentário (BSCUP) em todo o país e que proporciona o aumento da chance de se encontrar uma combinação de células geneticamente compatíveis, para aqueles que necessitam de transplante de medula óssea.

Apesar de o Brasil ser o 3º país do mundo em número de doadores, as cirurgias de transplantes de medula óssea costumam demorar para acontecer, porque a chance de o paciente encontrar uma pessoa compatível é de uma em 100 mil. 

Nesse sentido, o projeto Banco Público de Sangue de Cordão Umbilical e Placentário (BSCUP-RH) tem por objetivo principal a proposta de manutenção do acervo das amostras de Sangue de Cordão Umbilical e Placentário (SCUP), que se encontram criopreservadas no Hospital Sírio-Libanês.


Introdução

A iniciativa, vigente desde 2015, prevê a manutenção das referidas bolsas utilizando-se como base padrões internacionais de qualidade. O processo de congelamento e armazenamento em temperaturas baixas e ultrabaixas de produtos de terapia celular tem como objetivo preservar as células de modo que, ao seu descongelamento, preservem um grau significante de viabilidade e função.

Além da dificuldade de o paciente encontrar um doador compatível, a maioria dos inscritos no registro de doadores de medula óssea no Brasil são das regiões Sul e Sudeste do país. Por isso, é necessária uma maior variedade de perfis genéticos para haver aumentar as chances de compatibilidade entre as pessoas.

Dada a importância do inventário presente no banco de sangue de cordão umbilical e placentário do HSL, uma vez que se trata de unidades de células tronco hematopoiéticas coletadas de sangue de cordão umbilical e placentário de recém-nascidos da rede pública de São Paulo, destinadas ao uso em transplante de medula óssea em pacientes da rede pública nacional que não dispõem de doadores compatíveis entre seus familiares, houve entendimento mútuo entre as partes envolvidas de que essas unidades não podem ser descartadas. O projeto em tela trata-se de projeto individual e de continuidade, uma vez que desde o início de sua execução, em 2009, foram coletadas 4.133 unidades, dessas 1.932 foram processadas (46,7% de aproveitamento) e 1.854 unidades de SCUP foram criopreservadas (95,7% de aproveitamento). Apesar do nosso país apresentar grande diversidade genética, foi possível liberar para o uso clínico duas unidades para transplante, uma em 2016 e outra em 2019. Esse dado está em concordância com o esperado, que é a utilização de unidades de sangue de cordão a partir do momento que o banco atinja 2.500-3.000 unidades armazenadas.

Justificativa e relevância do projeto para o SUS

Os benefícios desse projeto ao SUS incluem, além da utilização terapêutica dessas amostras em pacientes que requeiram esse tipo de terapia, bem como a sua utilização para o desenvolvimento de pesquisas futuras relacionadas à área de terapia celular. Com a manutenção das unidades de sangue de cordão umbilical proposta por este projeto, espera-se entregar aos pacientes assistidos pelo SUS possibilidades de aumento na sobrevida e melhoria na qualidade de vida; a realização de transplantes de medula óssea e controle de doenças graves.

O transplante de medula óssea é indicado para pacientes com leucemia aguda; leucemia mielóide crônica; leucemia mielomonocítica crônica; linfomas; anemias graves; anemias congênitas; hemoglobinopatias; imunodeficiências congênitas; mieloma múltiplo; Síndrome mielodisplásica hipocelular; Imunodeficiência combinada severa; osteopetrose; mielofibrose primária em fase evolutiva; Síndrome mielodisplásica em transformação; talassemia major, além de outras doenças do sistema sanguíneo e imune (cerca de 70 indicações). A terapia celular com células provenientes do sangue de cordão umbilical possivelmente abrirá oportunidade de tratamento de muitas doenças crônicas (degenerativas ou oncológicas), hoje sem tratamento específico.


Métodos

Confira abaixo a metodologia aplicada nesse projeto:

Objetivo 1 | Preservação e controle de unidades crio preservadas de SCUP:

  • Preservação da integridade de 1.854 unidades já criopreservadas seguindo padrões internacionais de qualidade, incluindo processo de congelamento e armazenamento em temperaturas baixas e ultrabaixas de produtos de terapia celular para preservar as células de modo que, ao seu descongelamento, preservem um grau significante de viabilidade e função. Os métodos também contemplam controle diário do equipamento, os quais são inspecionados e esterilizados. Além disso, é realizado backup das informações, manutenção do calendário pré-determinado das inspeções preventivas (anualmente), ações corretivas quando for apontado pelo controle diário a necessidade e cumprimento do plano de estabilidade sobre a viabilidade celular das unidades, que já se encontram criopreservadas. 
  • Instrumentos de avaliação: a avaliação e o monitoramento desta entrega serão realizados por meio da Atividade Auditoria externa por empresa especializada - inspeção da qualidade do sistema BIOarchive, realizada periodicamente por empresa terceirizada especializada. Será realizada uma auditoria por semestre 
  • Objetivo 2 | Organização e manutenção dos documentos de cada unidade de SCUP preservada:

  • Organização e manutenção dos documentos: manutenção, de modo organizado e sistematizado, de toda a documentação referente a cada unidade de SCUP preservada, por meio de prontuários. A manutenção de documentos será realizada de forma adequada para atendar a solicitação da unidade SCUP pelo centro transplantador. Após o contato, via Redome, será elaborado um relatório baseado em informações da unidade SCUP, que incluem, por exemplo celularidade da amostra, volume, quantificação CD34+, entre outros. Este relatório será disponibilizado junto a unidade SCUP e enviado ao centro solicitante. 
  • Objetivo 3 | Disponibilização das unidades de SCUP à Rede BrasilCord Intervenção: 

  • Disponibilização das unidades de SCUP e de seus respectivos documentos à Rede BrasilCord.

  • Equipe

    • Hospital Sírio-Libanês

      Liderança

      Franca Pellison Baldassare

      Gerente do Projeto

      Yana Augusta Sarkis Novis

      Coordenadora Médica


      Equipe

      Alfredo Mendrone

      Franca Pellinson Baldassare

      Liliane Silva Pereira

      Tadeu Thomé  


      Colaboração

      Área Técnica

      Departamento de Atenção Especializada e Temática/Coordenação-Geral do Sistema Nacional de Transplantes

       

       

    Instituições

    • São Paulo

      hospital sirio libanes

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