Hepatites virais podem se manifestar de forma aguda ou crônica. No Brasil, as mais frequentes são as hepatites A, B, C, D e E - cinco agentes etiológicos que têm o fígado como alvo principal. Na forma crônica, a inflamação se prolonga e pode evoluir para doenças como cirrose, insuficiência hepática e câncer de fígado. Já na aguda, a inflamação geralmente desaparece dentro de algumas semanas – por isso, são consideradas formas benignas da doença. Entretanto, se não tratadas, também podem progredir para a fase mais agressiva.
Hoje no Brasil, existem poucos dados científicos sobre as hepatites agudas. O que se sabe, no entanto, é que a doença pode ser causada por diferentes agentes, como vírus, bactérias, fungos, parasitas e outras etiologias não infecciosas, como toxicidade de drogas, alterações metabólicas, doenças autoimunes e hereditárias.
Alguns dos sintomas mais comuns são o cansaço, febre, mal-estar, tontura, enjoo, vômitos, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras. Outros agentes infecciosos podem causar condições similares, como a febre amarela, herpes, dengue, chikungunya, zika, leptospirose, toxoplasmose e sífilis.
Com base neste cenário, o projeto busca conhecer melhor as características clínico-epidemiológicas e moleculares das doenças de acordo com as condições de cada região do Brasil. Outro objetivo é determinar as taxas de incidência pelos vírus hepatotrópicos (que são “atraídos” pelas células do fígado) para garantir a meta de eliminação das hepatites virais. Além disso, é fundamental detectar outros vírus e causas associadas que sejam relevantes no diagnóstico para que esses casos possam ser mais bem compreendidos e prevenidos.
A demanda surgiu por meio do Departamento de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde (DCCI/SVS/MS) devido ao pouco conhecimento a respeito das hepatites virais agudas no país.
O resultado será a produção de um estudo que responda quatro questões fundamentais:
As respostas deste estudo poderão auxiliar não só no conhecimento das características clínico-epidemiológicas e moleculares das doenças, mas no estabelecimento de taxas de incidência nos serviços de saúde, bem como na implementação de estratégias para a aplicação de um modelo de atendimento mais efetivo.
Trata-se de um estudo observacional, prospectivo e multicêntrico, com 20 instituições distribuídas em 14 estados. Até o final de 2022, serão avaliados cerca de 2,3 mil pacientes que estão acima dos 18 anos e são atendidos em centros de referência do Sistema Único de Saúde (SUS). É a primeira vez que um estudo desse porte, com abrangência nacional, é realizado.
Nos centros participantes, serão colhidos dados demográficos, epidemiológicos e clínicos, bem como amostras de sangue de pessoas com suspeita clínica da doença. Esses dados serão enviados e analisados no Laboratório Clínico do Hospital Israelita Albert Einstein, e todos os resultados serão disponibilizados aos centros por meio de login e senha específicos, conforme os prazos de liberação do laboratório.
A conclusão do estudo está prevista para 2023.
Principais Resultados:
Divulgação e/ou Publicações:
Formação Acadêmica:
Congresso:
João Renato Rebello Pinho - Hospital Israelita Albert Einstein, São Paulo, SP - Lattes
Aurileda Oliveira Sampaio - Hospital israelita Albert Einstein, São Paulo, SP - Lattes
Bruna de Oliveira Silva - Hospital israelita Albert Einstein, São Paulo, SP - Lattes
Caroline Thomaz Panico - Hospital israelita Albert Einstein, São Paulo, SP - Lattes
César Augusto Inoue - Hospital israelita Albert Einstein, São Paulo, SP - Lattes
Denize Ornelas Pereira Salvador de Oliveira - Hospital israelita Albert Einstein, São Paulo, SP - Lattes
Deyvid Emanuel Amgarten - Hospital israelita Albert Einstein, São Paulo, SP - Lattes
Fernanda de Mello Malta - Hospital israelita Albert Einstein, São Paulo, SP - Lattes
Ketti Gleyzer de Oliveira - Hospital israelita Albert Einstein, São Paulo, SP - Lattes
Layze de Oliveira Castberg e Souza - Hospital israelita Albert Einstein, São Paulo, SP - Lattes
Maira Marranghello Maluf - Hospital israelita Albert Einstein, São Paulo, SP - Lattes
Peter James Robinson - Hospital israelita Albert Einstein, São Paulo, SP - Lattes
Raymundo Soares de Azevedo Neto - Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, São Paulo, SP - Lattes
Ricardo Andreotti Siqueira - Hospital israelita Albert Einstein, São Paulo, SP - Lattes
Roberta Sitnik - Hospital israelita Albert Einstein, São Paulo, SP - Lattes
Thais Sena de Paula Domingues - Hospital israelita Albert Einstein, São Paulo, SP - Lattes
Carlos Eduardo dos Santos Ferreira - Hospital israelita Albert Einstein, São Paulo, SP - Lattes
Cristovão Luís Pitangueira Mangueira - Hospital israelita Albert Einstein, São Paulo, SP - Lattes
Maria Cassia Jacintho Mendes Corrêa - Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, São Paulo, SP - Lattes
Maria Lúcia Cardoso Gomes Ferraz - Universidade Federal de São Paulo, São Paulo, SP - Lattes
Michele Gomes Gouvea - Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, São Paulo, SP - Lattes
Paulo Roberto Abrão Ferreira - Universidade Federal de São Paulo, São Paulo, SP - Lattes
Departamento de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis