O projeto visa o desenvolvimento de competências essenciais em profissionais que atuam na gestão de riscos do ambiente hospitalar. A complexidade desse espaço, com múltiplos clientes e serviços, aumenta a necessidade da utilização de práticas de gestão ampla e efetiva de riscos, dentro de organizações de saúde. A proposta é treinar equipes de profissionais no uso de ferramentas para investigação, qualidade do cuidado e gerenciamento e análise de riscos, promovendo iniciativas voltadas à segurança do paciente em diferentes áreas da atenção e serviços. São oferecidos cursos presenciais, baseados na metodologia participativa, em que os participantes poderão criar soluções para problemas em suas rotinas reais, levando também propostas para melhorar a segurança do ambiente de trabalho.O benefício esperado para o Sistema Único de Saúde (SUS) é aumentar a qualificação dos profissionais para atividades de investigação de acontecimentos e análise de riscos, com vistas à proposição de barreiras, mitigação ou eliminação de danos e controle eficiente dos riscos. Está nesse escopo o desenvolvimento de gestores com maior conhecimento e habilidade para condução de processos de gestão eficiente dos riscos, capazes de gerar informações úteis para a tomada de decisão sobre a assistência, segurança dos processos e redução de desperdícios.Entre os objetivos do projeto estão: desenvolver habilidades e conhecimento dos profissionais da saúde em instrumentos para melhoria assistencial e da cultura de segurança estimulando a mudança de atitudes; exercitar o papel do trabalho em equipe e da interdisciplinaridade diante da qualidade de atendimento e segurança do paciente; além de desenvolver habilidades e conhecimento das lideranças em processos de gestão de riscos assistenciais, monitoramento de indicadores e processo decisório. Também é propósito do projeto melhorar o nível de reconhecimento de eventos adversos, relacionados ao uso de medicamentos, produtos para a saúde e de higiene, cosméticos, perfumes e saneantes, assim como à utilização terapêutica de sangue, células, tecidos e órgãos humanos.A metodologia ativa privilegia a colaboração para o desenvolvimento de capacidades e competências, por meio da problematização, discussões de casos, supervisão na utilização de instrumentos e outras abordagens comportamentais. As técnicas de ensino abordadas baseiam-se nas metodologias ativas, permitindo aos profissionais do SUS vivenciarem e aplicarem os conceitos e ferramentas em casos práticos e dentro da realidade dos serviços de saúde. O processo tem a intenção de estimular a autoaprendizagem e a autonomia do estudante para analisar possíveis situações para tomada de decisão, sendo o professor apenas o facilitador desse processo.Estão envolvidos no projeto: Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Ministério da Saúde, Hospital Israelita Albert Einstein e profissionais de saúde, lideranças e gestores de processos assistenciais e administrativos.
Riscos e eventos relacionados à assistência ao paciente constituem um problema em todo o mundo. Os serviços de saúde são prestados em ambientes complexos, onde vários fatores podem contribuir para a ocorrência dos incidentes relacionados à assistência. A gestão de risco no âmbito da Segurança do Paciente objetiva a redução do risco de danos ao paciente nos serviços de saúde. O desenvolvimento de processos seguros ao paciente pressupõe que se tenha compreensão da complexidade e riscos que a operação hospitalar oferece ao paciente. É primordial o envolvimento e comprometimento das lideranças dos serviços de saúde com a segurança do paciente, mantendo uma estrutura que foque na melhoria dos processos e sistemas e não na punição de pessoas envolvidas nas falhas.
Desde a publicação do livro intitulado “Errar é humano” pelo Instituto de Medicina dos Estados Unidos, a disseminação da cultura de segurança e qualidade tem levado à adoção de práticas de gerenciamento de risco em hospitais. Em 2004, por meio do programa da Aliança Mundial para Segurança do Paciente, foram criadas diretrizes e estratégias para incentivar e divulgar práticas que garantissem a segurança do paciente.
No Brasil, a Vigilância Sanitária monitora eventos adversos em 192 hospitais da Rede Sentinela e desde 2013 com o Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP) há forte investimento na qualificação do cuidado em saúde através de implementação de protocolos, núcleos de segurança dos pacientes e notificação de eventos adversos. Ressalta-se a necessidade crescente de alcançar a alta confiabilidade dos processos desenvolvidos em serviços de saúde, disseminando métodos e técnicas para análise e gestão de riscos.Trata-se de um projeto de desenvolvimento de capacidades e competências por meio do uso de situações problema, discussões de casos, supervisão no uso de instrumentos e abordagem comportamental que caracterizam o ensino ativo de conteúdos educacionais.
São oferecidos cursos presenciais estruturados de modo que os profissionais possam problematizar e encontrar soluções para problemas reais de sua rotina, levando para seus serviços propostas de melhoria a serem implantadas. Os cursos têm carga horária de 24 horas, sendo cada turma composta por 45 vagas destinadas às instituições credenciadas à Rede Sentinela, a área de Vigilância Sanitária e ao Ministério de Saúde. No triênio (2018 -2020) 28 turmas serão constituídas, divididas em dois cursos, com públicos-alvo distintos.
O primeiro (Módulo I) intitulado “Ferramentas para Investigação e Análise de eventos e riscos em Saúde” é voltado para profissionais da saúde que atuam na área de gerenciamento de riscos e segurança do paciente, núcleos de segurança do paciente e outros profissionais que estejam envolvidos nessa área. Temas abordados:
O segundo curso (Módulo II) intitulado “Gestão de Segurança do Paciente e Gestão de Riscos para Lideranças em Saúde” é destinado a lideranças de serviços de saúde, bem como aos profissionais que exercem atividade de gestão em áreas relacionadas à qualidade, segurança do paciente e gerenciamento de riscos. Temas abordados:
O projeto iniciou em agosto de 2018 e até junho de 2019, 178 unidades de saúde (Hospitais, UPAs, Secretarias Estaduais e Municipais, Unidades da Vigilância Sanitária de diversos estados, Centrais de Transplantes, entre outros), de 24 estados e Distrito Federal participaram dos cursos. O projeto conta com um indicador de resultado, que é a taxa de satisfação com a qualidade do curso, com meta contratada de 90%. Das 12 edições realizadas até junho de 2019, 6 foram para o módulo I que obteve 95% de taxa de satisfação e 6 para o módulo II com 94% de taxa de satisfação.
De agosto de 2018 a junho de 2019, foram capacitados 518 profissionais através dos cursos presenciais, nas seguintes edições
Módulo I: Ferramentas para Investigação e Análise de eventos e riscos em Saúde
Edição 1- carga horária de 24 horas e 44 participantes nos dias 20 a 22 de agosto de 2018
Edição 2- carga horária de 24 horas e 41 participantes nos dias 08 a 10 de outubro de 2018
Edição 3- carga horária de 24 horas e 47 participantes nos dias 05 a 07 de novembro de 2018
Edição 4- carga horária de 24 horas e 47 participantes nos dias 04 a 06 de fevereiro de 2019
Edição 5- carga horária de 24 horas e 42 participantes nos dias 08 a 10 de abril de 2019
Edição 6- carga horária de 24 horas e 42 participantes nos dias 03 a 05 de junho de 2019
Módulo II: Gestão de Segurança do Paciente e Gestão de Riscos para Lideranças em Saúde
Edição 1- carga horária de 24 horas e 43 participantes nos dias 17 a 19 de setembro de 2018
Edição 2- carga horária de 24 horas e 41 participantes nos dias 17 a 19 de outubro de 2018
Edição 3- carga horária de 24 horas e 45 participantes nos dias 03 a 05 de dezembro de 2018
Edição 4- carga horária de 24 horas e 42 participantes nos dias 11 a 13 de março de 2019
Edição 5- carga horária de 24 horas e 42 participantes nos dias 13 a 15 de maio de 2019
Edição 6- carga horária de 24 horas e 42 participantes nos dias 17 a 19 de julho de 2019Todas as capacitações acontecem na cidade de São Paulo.