Implementação de melhorias da prática em Unidades de Terapia Intensiva com o uso da telemedicina
A demanda por leitos de UTI cresce na medida em que a população envelhece. Comparada com outras especialidades médicas tradicionais, a terapia intensiva é considerada jovem e a escassez de profissionais é realidade em muitos países, incluindo o Brasil. Dados da Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB) demonstram que existem profissionais especialistas em UTI suficientes para atender apenas 25% do total dos leitos operacionais no país.
Em paralelo, os avanços tecnológicos, a revolução digital e outros fatores (como a própria pandemia) vem estimulando mudanças profundas na organização e práticas dos sistemas de saúde pelo mundo. Entre tais mudanças, a implementação da Telemedicina pode ser citada. Apesar de alguma evidência sugerindo benefício do uso da prática no ambiente de UTI, ainda não existem estudos com metodologia adequada demonstrando impacto clínico, particularmente da forma como a terapia intensiva é feita no Brasil.
O projeto Telescope busca responder, com embasamento científico, se o atendimento virtual pelo médico intensivista pode melhorar os resultados do tratamento de pacientes graves em UTIs do SUS onde a disponibilidade desse profissional é restrita.
A metodologia propõe a comparação de dois grupos de UTI, metade deles sorteados para o grupo intervenção, e o restante para o controle. UTIs distribuídas por todas as regiões do país foram selecionadas, para um período de aproximadamente 18 meses de intervenção. Além da consulta diária por profissionais especialistas remotos, protocolos de atendimento clínico do Einstein foram compartilhados e indicadores de qualidade, segurança, processos e desfechos foram gerados e discutidos mensalmente com as lideranças locais como base para ações de melhoria. Os desfechos que serão analisados incluirão o tempo de permanência dos pacientes na UTI, além de outros fatores, tais como taxa de infecções hospitalares e mortalidade.
Na sua totalidade, o Telescope Trial, iniciado em agosto de 2019, estudou quase 20.000 pacientes, realizou mais de 35.000 atendimentos, em 6.570 pacientes e encontra-se, atualmente, na fase final de preparação dos dados para a análise e publicação do artigo principal.
O estudo registrado em plataforma pública, disponível no link: https://clinicaltrials.gov/ct2/show/NCT03920501?term=Telescope+einstein&rank=1
também já teve seu protocolo do estudo publicado no BMJ Open link:(https://bmjopen.bmj.com/content/11/6/e042302) e o plano de análise estatística, na Revista Brasileira de Terapia Intensiva (https://rbti.org.br/artigo/detalhes/0103507X-34-1-11 ).
Principais Resultados:
