Manuais de orientação alimentar para o cuidado da pessoa com fatores de risco cardiovasculares no contexto da Atenção Básica
As doenças cardiovasculares são as principais causas de mortalidade no Brasil - mais de 230 mil pessoas morreram por doenças cardiovasculares em 2021 – sendo um dos principais fatores os hábitos alimentares. O consumo elevado de alimentos com excesso de calorias, gorduras saturadas, colesterol, sódio e açúcar é uma das principais causas de desenvolvimento de alguns dos fatores de risco das doenças cardiovasculares, como a obesidade, diabetes tipo 2, hipertensão, colesterol e triglicérides elevados.
Nesse contexto, a Cartilha e o Manual da Alimentação Cardioprotetora, desenvolvidos e lançados em 2018 em uma parceria entre Hcor e Ministério da Saúde, apresenta uma proposta de orientação nutricional lúdica, que respeita a cultura alimentar brasileira, e que une as recomendações nutricionais preconizadas pelas diretrizes brasileiras de cardiologia, diabetes, hipertensão e dislipidemias. Esse material foi elaborado pensando na realidade do SUS e voltado para os profissionais de saúde da Atenção Primária, entendendo estes como atores importantes na promoção da alimentação saudável e adequada aos usuários do SUS.
O objetivo do projeto é promover a utilização da estratégia de orientação da Alimentação Cardioprotetora nos diferentes níveis de Atenção à Saúde e revisar/mapear evidências científicas que subsidiem os gestores na tomada de decisão para elaboração de políticas de Alimentação e Nutrição.
Para isto o projeto se desenvolve em quatro metodologias e entregas:
Os principais resultados e benefícios esperados para o projeto são a ampliação da adesão dos profissionais do SUS para a orientação da alimentação cardioprotetora, promovendo a melhora na qualidade da alimentação dos usuários. Também espera-se aumentar o acesso a evidências científicas por gestores com foco no subsídio para a tomada de decisão e elaboração de políticas públicas de saúde.
Além das doenças cardiovasculares serem as principais causas de mortalidade no Brasil, elas geram um custo alto para o Sistema Único de Saúde (SUS), representando importante impacto na saúde pública.
Atualmente, segundo dados do VIGITEL 2022, mais da metade (55,4%) da população das capitais brasileiras apresenta excesso de peso (sendo 20,3% obesidade), 7,4% diabetes mellitus e 24,5% hipertensão arterial. Esse cenário é preocupante pelos impactos que essas doenças crônicas causam, especialmente em relação às implicações na vida dos indivíduos, mas também quanto aos custos gerados ao sistema de saúde.
Baseado nos materiais da Alimentação Cardioprotetora, o projeto Manuais da Alimentação Cardioprotetora (MAC) teve seu início com o objetivo de promover a padronização de uma orientação alimentar, considerando as diferenças socioculturais de cada território, , buscando potencializar e facilitar o atingimento das metas estabelecidas no Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das DCNT 2021-2030, que aborda metas nacionais convergentes com as metas definidas pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Ainda busca incorporar e padronizar a orientação alimentar para indivíduos com DCV e seus fatores de risco na prática da equipe multiprofissional da Atenção Primária em Saúde (APS).
Já as Políticas Informadas por Evidências (PIE) complementam a iniciativa e fazem parte do processo de tradução do conhecimento científico para incorporação e apoio na tomada de decisão pelos gestores. Considerando os inúmeros desafios a serem enfrentados no âmbito da alimentação e nutrição em saúde pública, os produtos de PIE foram incorporados no projeto a partir do triênio de 2018-2020.
Assim, o objetivo do projeto é promover a utilização da estratégia de orientação da Alimentação Cardioprotetora nos diferentes níveis de Atenção à Saúde e revisar/mapear evidências científicas que subsidiem os gestores na tomada de decisão para elaboração de políticas de Alimentação e Nutrição.
Para alcançar os objetivos o projeto se realiza pautado em quatro metodologias e entregas:
Foram realizadas 11 oficinas da alimentação cardioprotetora dos estados remanescentes do triênio anterior para o projeto alcançar todos estados brasileiros. 748 nutricionistas capacitados ao longo dessas 11 oficinas, sendo elas: Espírito Santo - 10/02/21 Rondônia - 20/10/21 Sergipe - 04/11/21 Rio Grande do Norte - 19/11/21 Rio Grande do Sul - 22/11/21 Amazonas - 10/12/21 Piauí - 12/05/22 Goiás - 09/06/22 São Paulo - 29/09/22 Alagoas - 27/10/22 Minas Gerais - 16/11/22 Santa Catarina - 24/11/22 - Pelo estudo Implementa MAC foram capacitados 594 profissionais de saúde da APS (328 de Foz do Iguaçu e 266 de Santos). As unidades de saúde dos municípios foram sorteadas em grupos intervenção e grupo controle e somente as unidades do grupo intervenção receberam a capacitação do estudo: metodologia bimodal com cinco módulos (25h de carga horária total: 20h presenciais + 5h em ambiente virtual). - A coleta de dados do estudo incluiu dados de 745 profissionais de saúde (410 de Foz do Iguaçu e 335 de Santos) e 786 usuários de saúde (388 de Foz do Iguaçu e 398 de Santos). O estudo encontrou como resultado uma taxa de orientação da Alimentação Cardioprotetora de 10,35% nos serviços do grupo intervenção e 3,3% no grupo controle, havendo uma diferença estatística significativa a favor da intervenção. Além de uma maior taxa de orientação, dados coletados em grupos focais e com questionários de percepção dos profissionais indicaram que os profissionais do grupo intervenção se mostraram mais confiantes em utilizar a tecnologia no dia a dia. Já para o desfecho de consumo regular e consumo recomendado de frutas e hortaliças dos usuários atendidos nos serviços, não se observou diferença entre os grupos controle e intervenção. Os dados completos do estudo foram apresentados em relatório técnico e seguirão para publicação em formato de artigo científico. - A Síntese de Evidências para Políticas sobre estratégias para redução do consumo do açúcar foi aprovada pela equipe técnica da CGAN/MS e está em vias de publicação junto à editora do Ministério da Saúde. - Foram publicados dois mapas de evidências sobre estratégias para prevenção e tratamento do excesso de peso e um resumo de achados, disponíveis virtualmente e indexados na Biblioteca Virtual em Saúde: - Resumo de achados - “Excesso de peso infantil: um mapa de evidências sobre estratégias de prevenção e tratamento”: https://fi-admin.bvsalud.org/document/view/vbp3h - Mapa de Evidências sobre Estratégias para Prevenção e Tratamento do Excesso de peso infantil: https://public.tableau.com/app/profile/hcor/viz/MapadeEvidnciassobreEstratgiasparaPrevenoeCuidadodoExcessodePesoInfantil/Histria1#1 - Mapa de Evidências sobre Estratégias para Prevenção e Tratamento do Excesso de Peso: https://public.tableau.com/app/profile/hcor/viz/MapadeEvidnciassobreEstratgiasparaPrevenoeTratamentodoExcessodePeso/Histria1
Comitê diretivo:
Alexandre Biasi Cavalcanti - Superintendente de Ensino e Pesquisa, Hcor. Lattes | Linkedin
Gizelda Monteiro da Silva. Gerente de Ensino, Hcor. Lattes | Linkedin
Enilda Maria de Sousa Lara. Coordenadora de projetos, Hcor. Lattes | Linkedin
Comitê executivo:
João Gabriel Sanchez Tavares da Silva. Especialista de projetos, Hcor. Lattes | Linkedin
Fernanda Jafet El Khouri. Especialista de projetos, Hcor. Lattes | Linkedin
Ângela Cristine Bersch Ferreira. Consultora de pesquisa científica. Lattes | Linkedin
Comitê diretivo do estudo Implementa MAC:
Aline Marcadenti de Oliveira Camila Ragne Torreglosa Jorge Otávio Maia Barreto Dirce Marchioni Ligia Nasi Laranjeira Rachel Helena Vieira Machado João Gabriel Sanchez Tavares da Silva Luís Gustavo de Souza Mota Lucas Ribeiro da Silva Raira Pagano Renato Hideo Nakagawa Santos
