Um levantamento da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostrou que 13,5 milhões de pessoas sofrem de um AVC todos os anos, e já somam 80 milhões aqueles que sobreviveram de um AVC, enquanto 55 milhões convivem com demência atualmente. Em setembro deste ano, a OMS alertou que estes casos devem aumentar para 78 milhões em 2030 e 139 milhões em 2050. A agência internacional associa, ainda, a demência a uma série de doenças e lesões que afetam o cérebro, como doença de Alzheimer ou AVC, afetando a memória e outras funções cognitivas, bem como a capacidade de realizar tarefas diárias.
Cerca de um em cada dez pacientes com um primeiro AVC já tem demência no início do evento e 30% terão demência após 1 ano. Embora sejam consideradas as segundas causas de morte e de incapacidade mais comuns em todo o mundo, mais de 90% dos casos de AVC e 30% dos de demência podem ser prevenidos com controle dos fatores de risco cardiovasculares. O aumento do número destes casos em todos os países fornece evidências de que, atualmente, as estratégias primárias de prevenção, que incluem aquelas voltadas para a população de baixo a médio risco, não são suficientemente eficazes.
Considerando que muitas das pessoas com demência, declínio cognitivo e AVC, poderiam ter evitado essas condições com mudanças em seu estilo de vida, o projeto PROMOTE irá avaliar se o uso de uma polipílula com a combinação de medicamentos para controlar a pressão e o colesterol, isolada ou associada à modificação do estilo de vida, é capaz de reduzir o número de casos de Acidente Vascular Cerebral (AVC) e a taxa de declínio cognitivo em pessoas de 50 a 75 anos com baixo a moderado risco de doenças cardiovasculares.
A iniciativa vai buscar auxiliar os pacientes na mudança do estilo de vida, explicando sobre os riscos, causas e como evitar, além de possivelmente reduzir os casos de AVC, também irá avaliar o custo-efetividade para saber quanto será possível ao SUS economizar ao atuar com medidas de prevenção.
Serão avaliados pacientes considerados relativamente saudáveis, porém, que tenham pressão arterial sistólica limítrofe entre 120 e 139 mmHg e que tenham, pelo menos, um dos quatro fatores de risco comportamentais que aumentam as chances de desenvolver as doenças citadas, como excesso de peso, dieta desequilibrada, sedentarismo e uso do cigarro.
Os participantes serão divididos em grupos com diferentes estratégias de prevenção, como mudança no estilo de vida e monitoramento por meio do aplicativo Riscômetro, desenvolvido pela Universidade da Nova Zelândia; ou monitoramento pelo aplicativo associado ao uso da polipílula; apenas uso da polipílula; ou cuidados usuais.
A expectativa é realizar a ativação das unidades até junho de 2022, além de randomizar e incluir 300 participantes até junho de 2022 e 1000 participantes até outubro de 2022.
Sheila Cristina Ouriques Martins,Hospital Moinhos de Vento, http://lattes.cnpq.br/7101717955870394 Brunna de Bem Jaeger Teló, Hospital Moinhos de Vento, http://lattes.cnpq.br/3175353718353604
Franciele Pereira dos Santos, Hospital Moinhos de Vento, Porto Alegre, RS, http://lattes.cnpq.br/4682510047981768
Luciana Hentzy Moraes Olivia Lucena de Medeiros Thais Coutinho de Oliveira Coordenação Geral de Prevenção de Doenças Crônicas e Controle do Tabagismo (CGCTAB) Secretaria de Atenção Primária à Saúde (SAPS) Departamento de Promoção da Saúde (DEPROS)