Algumas das demandas mais importantes relacionadas à saúde da mulher dizem respeito ao planejamento familiar, violência, imunização, rastreio de neoplasias (tumores), além de patologias como transtornos da transição de menopausa e o atendimento a pacientes transgêneros, cuja população é crescente, mas encontra barreiras em sua jornada de atendimento nos sistemas de saúde. Outro ponto importante é o acolhimento e tratamento de mulheres na perspectiva de populações especificas, como as mulheres indígenas, negras, privadas de liberdade e moradoras de rua.
Dessa maneira, o projeto oferece atualização e aprimoramento dos profissionais do Sistema Único de Saúde para as frentes de cuidado à mulher, qualificando-os para o diagnóstico, tratamento e oferta de cuidado especializado e informativo, apoiando as estruturas de saúde locais para fornecer atendimento em saúde de forma universal, integral, descentralizada e resolutiva.
Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua do IBGE, houve um aumento de 72% nos lares chefiados por mulheres em todo o país, em 2022. Na última década, a quantidade de mulheres que moram com seus filhos e são responsáveis pelas suas casas passou de 35,7% para 50,9%, enquanto a de homens foi de 64,3% para 49,1%.
Nesse cenário de acúmulo de funções e responsabilidades, é comum que a atenção à saúde fique em segundo plano. Essa ausência de cuidados relacionados às patologias ginecológicas afeta a rotina feminina, ocasionando distúrbios ginecológicos, como endometriose, miomas, doenças uroginecológicas, entre outras condições que impactam negativamente a qualidade de vida e o bem-estar.
Sendo assim, o acolhimento, diagnóstico e tratamento precoce são pontos importantes para sua saúde. Por isso, treinar e capacitar equipes multiprofissionais em diferentes regiões do Brasi, no âmbito do SUS, permite que mulheres tenham acesso a cuidados básicos de saúde independente de suas classes, raça/ etnia, gênero ou ciclos de vida.
A execução do projeto está dividida em cinco entregas:
Entrega 0: gestão do projeto
Supervisão, gerenciamento de atividades, execução física e financeira, além da entrega de relatórios ao Ministério da Saúde (MS) e outras atividades administrativas. Está prevista a contratação inicial de uma equipe composta por coordenador de projetos filantropia; analista de projetos pleno; analista de projetos júnior; coordenação médica; analista administrativo; e enfermeiro administrativo.
Entrega 1: EAD, manual e oficina de aplicadores
Capacitar equipe multiprofissional da Atenção Primária à Saúde (APS) para a abordagem integral da saúde da mulher: diagnóstico e tratamento clínico das principais queixas ginecológicas por ciclos de vida, sendo elas: menarca, idade reprodutiva e menopausa (climatério). A capacitação será oferecida através de curso em plataforma EAD, manuais para disseminação do conhecimento e realização de 10 oficinas nos territórios para formação de multiplicadores nas regiões de saúde prioritárias.
Entrega 2: apoio para a Atenção Primária à Saúde (APS) por meio da telessaúde
Apoiar a APS no diagnóstico e manejo desse paciente na rede de atenção a saúde, através de discussão de caso e matriciamento dos profissionais da APS.
A telessaúde facilita o acesso para muitas pessoas em localidades remotas e comunidades que não possuem especialistas à disposição.
Entrega 3: capacitação de equipe cirúrgica especializada para tratamento minimamente invasivo das principais queixas ginecológicas
Dando continuidade à linha de cuidado, o projeto qualificará equipes de dez centros especializados em intervenções cirúrgicas minimamente invasivas para endometriose, miomas e doenças uroginecológicas e exames por imagem. A entrega prevê a imersão das equipes nas instalações da Beneficência Portuguesa de São Paulo (BP), junto à equipe especializada, durante cinco dias.
Entrega 4: diagnóstico situacional, tutoria de imagem e cirúrgica in loco
Serão realizadas visitas em 15 centros especializados em saúde da mulher para vistoria dos serviços disponibilizados, estrutura e local. Os dez hospitais visitados com melhores condições de aproveitamento da capacitação, serão selecionados e convidados a participar do projeto.
As visitas serão realizadas por médicos e enfermeiras da equipe, que irão realizar a inspeção, preencher checklist específico e elaborar um relatório da visita diagnóstica com propostas de melhoria.
Como resultado, o projeto irá oferecer atualização e aprimoramento dos profissionais do SUS nas linhas de cuidados mencionadas, relacionadas à saúde integral da mulher, de modo a melhor qualificá-los para o diagnóstico e tratamento, oferta de cuidado especializado e informativos, conscientizando e apoiando as estruturas de saúde locais para fornecer atendimento em saúde de forma universal, integral, descentralizada e resolutiva.