O código azul, ou seja, a parada cardiorrespiratória (PCR) fora da unidade de terapia intensiva, centro cirúrgico e/ou pronto socorro (emergência), é considerado um evento adverso evitável. Os problemas associados às mortes evitáveis são mais prováveis de ocorrer em enfermarias clínicas e cirúrgicas e envolvem monitoramento clínico, erros de diagnóstico e uma resposta deficiente à deterioração clínica. Acredita-se que doenças agudas graves habitualmente alteram mais de um sistema fisiológico e, portanto, o desequilíbrio de parâmetros de sistemas fisiológicos diversos (sinais vitais) refletem precocemente uma deterioração clínica precedente a um evento grave como a PCR.
O Institute for Healthcare Improvement (IHI) e a Organização Mundial de Saúde (OMS) lançaram duas campanhas no intuito de salvar 100 mil vidas e proteger outras 5 milhões, nas quais recomendaram a implantação do Time de Resposta Rápida (TRR) como uma das seis estratégias para diminuir o número de óbitos intra-hospitalares. Mas a ideia não se limita em atender adequadamente a PCR, o escopo vai muito além. Precisa-se assegurar a detecção precoce da deterioração clínica e atendimento para alcançar uma resposta clínica competente. Estas ações estão relacionadas à adoção de práticas assistenciais alinhadas ao Plano Nacional de Segurança do Paciente. O impacto mais expressivo do projeto é salvar vidas por meio da adoção de práticas assistenciais seguras e da redução de danos e agravos. Em longo prazo, espera-se contribuir com as organizações de saúde no fortalecimento da cultura de segurança do paciente.
O objetivo do projeto é apoiar hospitais a implantar, nas unidades de internação clínica, um protocolo de alerta precoce de deterioração clínica que adota o NEWS, um instrumento com escores baseados em um sistema de atribuição ponderada de pontos aos parâmetros vitais, que tem como principal finalidade a identificação precoce do risco de deterioração aguda do paciente e a diminuição de PCR fora das unidades críticas.
O projeto adota a metodologia da Ciência da Melhoria, com uso de Diagrama Direcionador, de ferramentas para implantação de processos assistenciais, apoio técnico e suporte educacional, visitas técnicas, desenvolvimento de planos de ação e utilização de indicadores para monitoramento.
Espera- se aumentar a adesão ao protocolo de alerta precoce de deterioração clínica, reduzir o evento adverso código azul em 50% e elevar a percepção dos profissionais das unidades participantes sobre a cultura de segurança até dezembro de 2023.
Justificativa e relevância do projeto para o SUS
As ações da iniciativa estão relacionadas à adoção de práticas assistenciais alinhadas ao Plano Nacional de Segurança do Paciente do Ministério da Saúde, de 2013. O impacto mais expressivo é salvar vidas por meio da adoção de práticas assistenciais seguras e da redução de danos e agravos. Em longo prazo, espera-se contribuir com as organizações de saúde no fortalecimento da cultura de segurança do paciente.
O projeto inicia-se a partir de uma avaliação diagnóstica situacional em cada uma das 30 instituições hospitalares participantes (dois ciclos de 15 hospitais), sendo que a implementação ocorrerá de maneira sequencial e aleatorizada, cujas premissas estarão ancoradas em questões que identificam a prática atual relacionada ao Diagrama de Alerta Precoce de deterioração clínica. Após essa etapa, serão também identificadas as não conformidades, que passarão a ser tratadas como oportunidades de melhoria e serão testadas mudanças em pequena escala de acordo com a metodologia da Ciência da Melhoria e o seu monitoramento será realizado em duas frentes: capacitações presenciais e à distância; monitoramento de indicadores, das oportunidades de melhoria e seus respectivos planos de ações.
Avaliar a efetividade de qualquer processo de melhoria de detecção de deterioração clínica precoce implica a necessidade de informações diárias dos pacientes atendidos. A deterioração clínica baseia-se na medição de parâmetros fisiológicos, dinâmicos, que não podem ser reportados posteriormente. Estes dados também devem ser individuais, ou seja, não há como medir a eficácia do programa baseando-se apenas em dados agregados reportados. Desta forma, a figura de um apoiador local/multiplicador de conhecimento, que atua tanto no processo de capacitação, quanto no monitoramento da coleta dos indicadores, torna-se necessária.
A capacitação dos apoiadores e das equipes e a implantação dos Ciclos de Melhoria, a partir dos planos de ações, serão graduais em todo o projeto, respeitando as características e disponibilidades dos serviços. A utilização de diretrizes pré-estabelecidas, como Diagramas Direcionadores, auxiliará as equipes no entendimento, escalonamento e direcionamento das ações. Após cada etapa de capacitação e monitoramento, as equipes gradualmente se tornarão mais aptas para a implementação das ideias de mudança e o desenvolvimento de suas ações. Isso fornece agilidade e ganho real desde o início do projeto. Além disso, durante o período de atuação da iniciativa, haverá sessões educativas para compartilhamento de experiências, dos resultados obtidos e esclarecimento de dúvidas. No ambiente virtual de ensino e aprendizagem, serão disponibilizados materiais didáticos, bibliografia e videoaulas. Para este ambiente, é disponibilizado um espaço para o compartilhamento da produção de cada grupo de hospital e uma estrutura que favoreça o acompanhamento e monitoramento à distância do processo de implementação do projeto.
Resultados alcançados no triênio 2021-2023 foram:
Cleusa Ramos - Associação Beneficente Síria - Hcor, São Paulo, SP https://www.linkedin.com/in/cleusaramos/
Gizelda Monteiro da Silva - Associação Beneficente Síria - Hcor, São Paulo, SP http://lattes.cnpq.br/2505797172646870
Ana Tucunduva Cardos - Associação Beneficente Síria - Hcor, São Paulo, SP
Mayla Youko Kato - Associação Beneficente Síria - Hcor, São Paulo, SP
Américo Bez Junior - Associação Beneficente Síria - Hcor, São Paulo, SP http://lattes.cnpq.br/6552206806460844
Hospital Da Criança e do Adolescente – Macapá - Amapá
Hospital De Clinicas Dr Alberto Lima – Macapá - Amapá
Hospital Estadual De Santana – Macapá - Amapá
Hospital Da Mulher Mãe Luzia – HMML – Macapá – Amapá
Cemetron – Centro de Medicina Tropical de Rondônia – Porto Velho – Rondônia
Hospital João Paulo II – Porto Velho – Rondônia
Hospital Cosme E Damiao - Porto Velho – Rondônia
Hospital Regional de Mato Grosso Do Sul – Campo Grande – Mato Grosso do Sul
Associação De Amparo a Maternidade e a Infância – AAMI - Campo Grande – Mato Grosso do Sul
Hospital Evangélico Dr Sra Goldsby King – Dourados – Mato Grosso do Sul
EBSERH- Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian - Campo Grande – Mato Grosso do Sul
Hospital de Pronto Socorro de Porto Alegre – Porto Alegre – Rio Grande do Sul
Coordenação Geral de Atenção Hospitalar – CGHOSP
Departamento de Atenção Hospitalar, Domiciliar e de Urgência, DAHU
Secretaria de Atenção Especializada a Saúde - SAES
Ministério da Saúde (CGHOSP/DAHU/SAES/MS)