Resumo

O número de pessoas idosas cresce de forma acelerada em países em desenvolvimento como o Brasil e, consequentemente, cresce a importância à atenção a doenças relacionadas ao envelhecimento, como a demência – uma síndrome caracterizada por não ter cura e é a principal causa de dependência de pessoas idosas. Atualmente, há cerca de 50 milhões de pessoas com demência em todo o mundo e, desse total, 70% residem em países com baixo desenvolvimento econômico. No Brasil, estima-se que a incidência da doença varia entre 1,5 e 2,5 milhões e, desse total, a maior parte das pessoas não são diagnosticadas. No entanto, o sistema de saúde não está equipado adequadamente para atender a alta e crescente demanda de pacientes diagnosticados. 

Para agravar ainda mais o cenário, a assistência a pacientes diagnosticados com demência é de alto custo e de alta complexidade – em um levantamento realizado em 2018, estimou que U$ 1 trilhão foi destinado ao cuidado desses pacientes e que os familiares financiam os cuidados, principalmente mulheres, cuja saúde, educação e renda são colocadas em risco. 

Em 2020, o Ministério da Saúde financiou a criação de um Relatório Nacional sobre a Demência no Brasil, em parceria com a Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), focado na epidemiologia e impacto da demência no país1. Já a proposta atual visa a elaboração de um Relatório Nacional sobre a Demência com foco no impacto econômico para o Brasil; nas necessidades de cuidado das pessoas com demências, familiares e cuidadores; e no impacto da produção de material científico sobre a doença realizada por pesquisadores brasileiros. Além de desenvolver um panorama da doença, a iniciativa visa estabelecer perspectivas para o futuro em relação aos temas estudados (custo, cuidado e pesquisa). 

 


Introdução

O número de pessoas idosas cresce de forma acelerada em países em desenvolvimento como o Brasil e, consequentemente, cresce a importância à atenção a doenças relacionadas ao envelhecimento, como a demência – uma síndrome caracterizada por não ter cura e é a principal causa de dependência de pessoas idosas. Atualmente, há cerca de 50 milhões de pessoas com demência em todo o mundo e, desse total, 70% residem em países com baixo desenvolvimento econômico. No Brasil, estima-se que a incidência da doença varia entre 1,5 e 2,5 milhões e, desse total, a maior parte das pessoas não são diagnosticadas. No entanto, o sistema de saúde não está equipado adequadamente para atender a alta e crescente demanda de pacientes diagnosticados. 

Para agravar ainda mais o cenário, a assistência a pacientes diagnosticados com demência é de alto custo e de alta complexidade – em um levantamento realizado em 2018, estimou que U$ 1 trilhão foi destinado ao cuidado desses pacientes e que os familiares financiam os cuidados, principalmente mulheres, cuja saúde, educação e renda são colocadas em risco. 

Em 2020, o Ministério da Saúde financiou a criação de um Relatório Nacional sobre a Demência no Brasil, em parceria com a Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), focado na epidemiologia e impacto da demência no país1. Já a proposta atual visa a elaboração de um Relatório Nacional sobre a Demência com foco no impacto econômico para o Brasil; nas necessidades de cuidado das pessoas com demências, familiares e cuidadores; e no impacto da produção de material científico sobre a doença realizada por pesquisadores brasileiros. Além de desenvolver um panorama da doença, a iniciativa visa estabelecer perspectivas para o futuro em relação aos temas estudados (custo, cuidado e pesquisa). 

 

 


Métodos

Além de desenvolver o panorama da demência no Brasil, a iniciativa visa estabelecer perspectivas para o futuro em relação aos temas estudados abaixo:

  • Cuidados necessários à pacientes diagnosticados com demência e seus cuidadores: será realizada uma análise das necessidades atuais de cuidado de pessoas que vivem com demência e seus familiares nas cinco regiões do Brasil, possibilitando projeções dos custos quanto às necessidades de cuidado para 2030, 2040 e 2050. Para tanto, será realizado um estudo inédito no qual serão entrevistadas 150 pacientes e/ou familiares/cuidadores estratificados pela gravidade da doença (leve, moderada e grave) por meio de uma ferramenta – Clinical Dementia Rating (CDR). O objetivo é identificar os cuidados específicos para cada região do Brasil utilizando, entre outros instrumentos, o Camberwell Assessment of Need for the Elderly (CANE). Os dados obtidos serão extraídos e segmentados por região, utilizando os dados do volume 1 deste relatório, que estima o número de pessoas com demência e a proporção de casos leves, moderados e graves. Posteriormente, essas estimativas serão calculadas e projetadas para as gerações futuras de acordo com a região do país;
  • Atual custo da demência para o Brasil e para futuras gerações: uma análise situacional será realizada sobre o custo formal e informal da demência, que será realizada por meio de uma desk review, que consiste em uma busca detalhada em inúmeras fontes por informações relevantes a serem utilizadas no estudo de custos da doença para os cofres públicos. Essas estimativas serão projetadas para os anos de 2030, 2040 e 2050 e parte delas serão baseadas na metodologia desenvolvida pelo projeto “Fortalecendo Respostas à Demência nos Países em Desenvolvimento” (STRiDE, sigla em inglês). O projeto STRiDE é liderado pela London School of Economics, pelo professor Martin Knapp e pela professora Cleusa Ferri, que é pesquisadora do Hospital Alemão Oswaldo Cruz e líder do projeto no Brasil;
  • Cenário de pesquisa e produção científica sobre a demência no Brasil na última década: mesmo com a incidência da doença sendo considerada alta em países com menor poder econômico, a produção científica ainda é mais alta em países desenvolvidos. Isso acontece pela falta de priorização do tema pelas agências de fomento à pesquisa científica e governos, decorrente em parte por desconhecimento sobre o impacto da doença. Nesse contexto, é necessário conhecer a fundo os investimentos realizados nos últimos dez anos, antes da pandemia, em pesquisa na área para que o equilíbrio entre a necessidade versus o investimento necessário. Será analisado projetos e pesquisas financiadas com recurso público e/ou privado, incluindo pesquisas básicas, epidemiológicas e de serviços de saúde, ambientais, sociais, etc.), assim como o número de bolsas destinadas a alunos envolvidos em pesquisas com essa temática. 
  • Por fim, todos os estudos serão compilados em um relatório detalhado, assim como um resumo executivo, com linguagem clara e precisa, que será divulgado para informar os tomadores de decisão e o público em geral. 


    Equipe

    • Hospital Alemão Oswaldo Cruz

      Liderança

      XXXX


      Equipe

      Colaboração

      Área Técnica

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