O Projeto Saúde Digital Indígena visa apoiar a resolução de problemas de saúde da população indígena, bem como a reduzir o tempo de espera para atenção secundária ambulatorial, além de ampliar a oferta de cuidado especializado.
A iniciativa é viabilizada por meio da implantação do Modelo de Atenção às Condições Crônicas (MACC), fortalecendo a Regulação do Acesso à Assistência e o cuidado especializado das pessoas usuárias do Subsistema de Atenção à Saúde Indígena no Sistema Único de Saúde (SUS) nos diferentes Pontos de Atenção Secundária Ambulatorial.
O projeto beneficia Equipes Multiprofissionais de Saúde Indígena (EMSI) vinculadas aos Distritos Sanitários Especiais Indígena (DSEI) aderentes e sua meta é proporcionar maior resolutividade das EMSI, rapidez no diagnóstico e no tratamento e reduzir deslocamentos desnecessários ao paciente indígena para o acesso integral à saúde.
Três linhas de cuidado serão priorizadas para atuação do Projeto: Câncer de Colo de Útero, Saúde Materno-Infantil e Atenção Psicossocial.
No Brasil, o longo tempo de espera para consultas especializadas está entre as principais barreiras ao acesso a cuidados integrais no Sistema Único de Saúde (SUS).
O aumento da demanda – decorrente da ampliação da cobertura da Atenção Primária à Saúde (APS), do aumento da expectativa de vida e da prevalência de doenças crônicas não-transmissíveis –, somado à insuficiência de recursos e de serviços, têm dificultado o acesso à Atenção Ambulatorial Especializada (AAE).
Esses impactos são percebidos também pelas populações indígenas, que enfrentam inúmeras tensões no âmbito da saúde. Dados de saúde nacionais refletem que a qualidade de atendimento prestado nos Distritos Sanitários Especiais Indígena (DSEI) tem sido altamente impactado, pela descontinuidade de atendimentos à população aldeada, alta rotatividade e/ou falta de profissionais, bem como problemas logísticos que dificultam o deslocamento regular dos profissionais às aldeias, e de materiais e equipamentos essenciais para o desenvolvimento das ações de saúde.
Para que as Equipes Multiprofissionais de Saúde Indígena (EMSI) intervenham decisivamente no âmbito da Atenção Primária para pacientes indígenas, torna-se indispensável desenvolver nos profissionais de saúde competências clínicas que permitam estratificar adequadamente o risco de cada pessoa usuária e identificar as oportunidades assistenciais a partir da do risco estabelecido. Neste sentido, iniciativas em saúde digital podem reduzir desigualdades no acesso, ampliar a qualidade dos serviços e torná-los mais eficientes, impactando também na satisfação das pessoas usuárias, fortalecendo toda a Rede de Atenção do SUS
Fase 1 – Preparação do modelo operativo: apresentação aos Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI) na formalização da adesão e na pactuação dos critérios de inclusão e exclusão; constituição do grupo condutor do Projeto; diagnóstico situacional das redes de atenção à saúde vinculadas às Unidades Básicas de Saúde Indígena (UBSI) e às Equipes Multiprofissionais de Saúde Indígena (EMSI); mapeamento das medicinas indígenas e suas tecnologias do cuidado.
Fase 2 – Elaboração do modelo operativo: construção da jornada da pessoa usuária por meio do processo de diagnóstico de necessidades e de cocriação (Design Thinking); apresentação dos produtos “service blueprint do serviço de saúde digital” e “plano de ação para ativação do modelo operativo do Projeto”.
Fase 3 – Operacionalização do modelo operativo: implantação, execução e monitoramento do serviço de saúde digital para as EMSI beneficiadas; treinamento dessas equipes para a execução da jornada; sintonização das agendas de monitoramento do Projeto com os responsáveis técnicos da Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESA) e das Secretarias Municipais de Saúde (SMS).