O projeto abrange duas frentes de bioengenharia de tecidos, uma para bioengenharia de tecidos ósseo para tratar pacientes portadores de fissuras lábio palatinas e outra para bioengenharia de tecidos moles (gordura) para pacientes com microssomia craniofacial.
As fissuras lábio palatinas correspondem a cerca de 25% de todos os defeitos congênitos. Dentre as etapas do tratamento, o enxerto ósseo deve ser realizado para que haja estabilidade da maxila, dando suporte ao nascimento dos dentes.
Atualmente, o procedimento considerado padrão envolve a retirada de um fragmento do osso da bacia do próprio paciente, que é enxertado na região da fenda óssea. No entanto, apesar de ser efetivo este método pode estar associado a complicações como como dor intensa, lesão nervosa, sangramento e infecção.
Como alternativa, o projeto propõe um substituto ósseo que utiliza células-tronco do próprio paciente juntamente com um biomaterial, sem que haja necessidade de manipular a bacia, o que diminui dor, período de internação, melhorando, portanto, a qualidade de vida desses pacientes.
Projeto Bioengenharia de Tecido Ósseo – Fissura Labio Palatina
Buscando métodos alternativos para reconstrução do osso de portadores de fissura labiopalatina, nos dois triênios anteriores deste projeto PROADI (2012-2014 e 2015-2017) foi desenvolvido um protocolo inédito de bioengenharia de tecido ósseo utilizando células tronco da polpa de dente de leite da própria criança associadas a um biomaterial para reabilitar esses pacientes. Os resultados foram promissores quanto à eficácia e segurança da nova técnica.
No triênio 2018-2020, o projeto contempla um ensaio clínico randomizado multicêntrico, cujo desenvolvimento também atenderá à proposta de capacitação das equipes multidisciplinares envolvidas no tratamento pré e pós-operatório e procedimento cirúrgico em sete centros participantes e um estudo de custo efetividade comparando a nova técnica ao procedimento padrão.
Projeto Bioengenharia de Tecido Mole - Microssomia hemifacial
O projeto de pesquisa pretende demonstrar que a técnica de bioengenharia de tecidos de partes moles utilizando-se células tronco mesenquimais para enriquecer a gordura para tratar a correção da microssomia hemifacial é capaz de melhorar a sobrevida e a permanência em longo prazo destes enxertos.
Este projeto está na fase II do desenvolvimento do protocolo de uso, período no qual será demonstrado se a técnica proposta melhora sobremaneira a eficiência do tratamento com enxerto de gordura, permitindo obter em um único procedimento o resultado que hoje requer 3-4 intervenções cirúrgicas. Isso permite antecipar o tratamento, corrigindo a assimetria facial em etapa mais precoce, o que melhora a qualidade de vida dos pacientes ao mesmo tempo em que reduz custos totais do tratamento.
Projeto Bioengenharia partes moles: não há resultados prévios do projeto bioengenharia partes moles, pois será o primeiro estudo, porém é esperada melhor retenção da enxertia quando utilizada a estratégia de enxerto com gordura estruturado e suplementado com células tronco por bioengenharia de tecido.
Projeto Bioengenharia de Tecido Ósseo: Nos triênios anteriores demonstramos que o procedimento de bioengenharia de tecido (células tronco) para os portadores de fissura lábio palatinas foi tão bom quanto o procedimento de enxertia com fragmentos ósseos (tratamento padrão ouro), e observamos também a diminuição da dor e uso de analgésicos.
Para o triênio 2018-2020, realizaremos estudo clinico prospectivo randomizado em múltiplos centros referência em tratamento de pacientes portadores de fissuras lábio palatinas no Brasil, onde atenderemos 62 pacientes divididos em 2 grupos: Grupo 1: enxerto ósseo com células tronco (31 pacientes); e Grupo 2: enxerto ósseo com osso da bacia (31 pacientes). Nesta fase pretendemos capacitar os profissionais envolvidos neste procedimento e obter o grau de evidencia 3, ou seja tratamento com células tronco é eficaz e seguro para os pacientes e pode ser realizado por diferentes grupos especializados em enxertia óssea.
Importante salientar que para o sucesso do tratamento é necessário o acompanhamento pré e pós cirúrgicos (3 meses antes e até 12 meses após a cirurgia), tendo em média 8 atendimentos por paciente – 496 atendimentos entre a triagem e exames até consulta pós cirúrgico com a finalização do preenchimento ósseo.
Outro ponto importante é o estudo de custo-efetividade, onde faremos um estudo comparativo entre o procedimento padrão (enxerto com fragmentos ósseos) e com kit de bioengenharia (enxerto com células tronco do dente de leite), que tem por objetivo maximizar resultados em saúde diante de recursos financeiros disponíveis, ponderado qual oferece maior benefício e em razão do valor do investido.
Vania Bezerra - Superintendente de Responsabilidade Social
Luiz Fernando Lima Reis - PatrocinadorRenata Rodrigues de Mattos - Gerente de projetos
https://www.linkedin.com/in/renata-rmattos/
Aline H. Stern Tovo, Hospital de Clínicas de Porto Alegre, Porto Alegre, RS.
Bruno Santos de Barros Dias, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, CTAC, Rio de Janeiro, RJ.
David Silveira Alencar, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, CTAC, Rio de Janeiro, RJ.
Dione Maria Viana do Vale, Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira - IMIP, Recife, PE.
Diogo Franco Vieira de Oliveira, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ.
Fabriccio Marini, Hospital Sírio-Libanês, São Paulo, SP.
Gustavo Lara Achôa, Núcleo de Pesquisa e Reabilitação de Lesões Lábio Palatais Prefeito Luiz Gomes, Joinville, SC.
Helena Marcia Guerra dos Santos, Hospital Infantil Albert Sabin, Fortaleza, CE.
Heloisa Gibrim, Hospital Sírio-Libanês, São Paulo, SP.
Henrique Pessoa Ladvocat Cintra, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, CETAC, Rio de Janeiro, RJ.
João Valverde, Hospital Sírio-Libanês, São Paulo, SP.
José Carlos Coelli, Núcleo de Pesquisa e Reabilitação de Lesões Lábio Palatais Prefeito Luiz Gomes, Joinville, SC.
José Ferreira da Cunha Filho, Hospital Infantil Albert Sabin, Fortaleza, CE.
Marcos Vinicius Martins Collares, Hospital de Clínicas de Porto Alegre, Porto Alegre, RS.
Maria Cristina de Andrade Almeida, Hospital Municipal Infantil Menino Jesus, São Paulo, SP.
Renato André de Souza Faco, Universidade de São Paulo, Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais (HRAC / Centrinho) Bauru, SP.
Rita de Cássia Moura Carvalho Lauris, Universidade de São Paulo, Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais (HRAC / Centrinho) Bauru, SP.
Roberta Martinelli Carvalho, Universidade de São Paulo, Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais (HRAC / Centrinho) Bauru, SP.
Rui Manuel Rodrigues Pereira, Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira - IMIP, Recife, PE.
Terumi Okada Ozawa, Universidade de São Paulo, Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais (HRAC / Centrinho) Bauru, SP.
Coordenação Geral de Pesquisa e Avaliação de Tecnologias em Saúde (CGFPATS)
Departamento de Ciência e Tecnologia (DECIT)
Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos (SCTIE)
Ministério da Saúde
Coordenação Geral de Pesquisa e Avaliação de Tecnologias em Saúde (CGFPATS)