Desde a década de 80, com o desenvolvimento em áreas do conhecimento médico permitiram que os transplantes fossem considerados um tratamento eficaz e seguro, tornando-se uma opção terapêutica para pacientes com doenças crônicas que cursam com falência orgânica.
O Brasil possui o maior sistema público de transplantes do mundo, sendo área prioritária da política de saúde nacional. Entretanto, essa demanda vem aumentando progressivamente com consequente aumento da mortalidade de pacientes em lista de espera. Além disso, observa-se escassos serviços públicos no país capazes de oferecer assistência à falência intestinal.
Vários fatores causam essa desproporcionalidade, e dentre estes, se destacam a carência de profissionais capacitados para desenvolver as complexas etapas destes tratamentos, a dependência da viabilização de doadores falecidos, isto é, em morte encefálica e as discrepâncias loco-regionais na distribuição do número de transplantes realizados no país.
Dessa forma, desenvolver estratégias tanto para facilitar o acesso ao tratamento quanto para otimizar as indicações para o transplante e a reabilitação intestinal se fazem necessárias.
De forma geral, o Projeto Escola de Transplantes vem atendendo aos requisitos do PROADI-SUS, com benefícios que se estendem para toda sociedade: (1) aos profissionais da área da saúde, que terão acesso à treinamentos específicos e de alta qualidade, desenvolvido por uma equipe com expertise comprovada na área; (2) aos pacientes e suas famílias, que serão submetidas ao melhor tratamento disponível e ao (3) Sistema Único de Saúde, que por meio desse projeto, pode garantir os princípios da Integralidade, Equidade e Universalidade, permitindo acesso a um tratamento de alta complexidade a uma população vulnerável do ponto de vista social e econômico, devolvendo aos pacientes perspectivas de melhoria de sua qualidade de vida.
Além da assistência integral (ambulatorial, hospitalar e domiciliar) oferecidas aos pacientes do projeto, a capacitação dar-se-á por meio de metodologias ativas, participativas e problematizadoras de aprendizagem, de modo que admitam uma prática pedagógica ética, crítica, reflexiva e transformadora, ultrapassando os limites do treinamento puramente técnico para efetivamente alcançar a formação holística fundamental para atuação na área de transplantes e reabilitação intestinal no contexto do SUS.
A capacitação trata-se de um treinamento teórico-prático em serviço que possibilita aprendizagem vivenciada do cuidado e de educação em saúde, adaptada aos diversos cenários que envolvem a estas modalidades terapêuticas. Para tanto, os capacitandos terão oportunidade de aprender com apoio didático-pedagógico de tutores e preceptores com larga experiência em assistência direta à esses pacientes críticos e também na área acadêmica e de ensino.
Os alunos serão expostos a conteúdos teóricos por meios de estratégias de ensino-aprendizagem que permitam sua participação ativa no processo de aquisição do conhecimento: aprendizado baseado em problemas ("PBL"), em equipes (“Team-Based Learning” – TBL); desenvolvimento de Projeto Terapêutico Singular (PTS) e gestão da assistência; educação à distância; simulação de cenários práticos (treinamento hands-on); ensino em ambientes hospitalares e discussões clínicas. Todas essas estratégias propiciam o desenvolvimento da inteligência relacional, autonomia e maior responsabilidade sobre o auto aprendizado, priorizando o trabalho em grupos ou equipes.
O processo seletivo dar-se-á conforme indicação das Coordenações Estaduais de Transplantes e validação da Coordenação Geral do Sistema Nacional de Transplantes/Ministério da Saúde e Hospital Sírio-Libanês, que utilizará sua expertise em recrutamento e seleção de estudantes para avaliar os candidatos que se enquadrem aos objetivos propostos para o treinamento.
De janeiro de 2018 até 31 de Dezembro de 2019:
Além disso, foram entregues em dezembro/2018 a readequação de 14 leitos no 6º andar do Hospital Municipal Infantil Menino Jesus (HMIMJ), que passaram a receber os pacientes em acompanhamento pré e pós transplante pelo programa de transplante de fígado pediátrico e outros 14 leitos destinados aos pacientes do programa de Reabilitação Intestinal.
O Brasil é o segundo país em números absolutos de doadores de ór...