A intervenção coronária percutânea (ICP ou angioplastia) é largamente realizada no SUS, com números crescentes ano a ano. Segundo o DATASUS, no ano de 2008 foram realizadas 46.973 angioplastias coronárias, figura que se elevou para 79.932 procedimentos em 2016. Apesar de disponível pelo SUS em todo o território nacional, o número de angioplastias realizadas no país é desigual, concentrando-se predominantemente nas regiões sul e sudeste. Os estados de São Paulo, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Paraná e Minas Gerais executaram, juntos, 71,1% de todos os procedimentos realizados no Brasil entre 2008 e 2016. Os centros de baixo volume possuem dificuldade de manter seu domínio sobre a técnica.
A ICP trata-se de um procedimento de execução manual, operador-dependente, cuja execução é obrigatoriamente presencial. Sabe-se que em cenários de intervenções de alta complexidade e alta tecnologia, o domínio pleno somente é alcançado em centros de alto volume.
É valido ressaltar que a angioplastia coronária é realizada obrigatoriamente através da exposição de radiação ionizante, tanto para profissionais quanto para pacientes. Em consequência, são altos os riscos potenciais de danos ocupacionais à saúde, decorrente não só da radiação, mas também à necessidade de proteção individual (p.e. avental de chumbo com peso médio de 7 kg).
O presente projeto, portanto, é contextualizado neste cenário em que se visa avaliar a intervenção coronária assistida por robô como alternativa para reduzir a dependência da operação manual, potencialmente reduzindo os danos relativos à exposição de radiação.A inclusão de participantes foi encerrada, o número proposto de pacientes a serem tratados com intervenção coronária robótica (83 pacientes) foi atingido e a divulgação dos resultados está prevista para dezembro de 2020.