O crescimento de microrganismos resistentes (MR) ou “superbactérias” vem sendo destaque na mídia, como um problema de saúde pública. As infecções causadas por tais microrganismos são mais frequentes em pacientes internados em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) e nos que fazem uso de antibióticos. Este estudo determinará os custos hospitalares gerados pelo atendimento de pacientes internados em UTI com infecções por MR.
O objetivo do projeto é determinar o impacto econômico (custos hospitalares diretos e indiretos) de infecções causadas por microrganismos resistentes (MR ou “superbactérias”), entre pacientes graves internados em UTI. Além disso, contribuirá na construção e aprimoramento de sistemas de custeio locais (nos centros participantes) e colaborará com a criação de uma plataforma nacional de dados integrados para a amostra de hospitais selecionados (plataforma colaborativa IMPACTO MR), permitindo a realização de futuras pesquisas de custo-efetividade, as quais poderão consubstanciar estratégias de enfretamento para o problema das infecções por MR, bem como balizar normas e resoluções da Anvisa.
Cinco UTIs, selecionadas entre as 50 que fazem parte da plataforma, farão parte do projeto. Estima-se a inclusão de 7.650 pacientes por ano. Dados adicionais de custo de outras UTIs da plataforma IMPACTO MR também serão coletados para análises de sensibilidade que permitirão extrapolar o dados de custeio para o grupo das 50 UTIs participantes do estudo principal.
O estudo tem diversos benefícios potenciais. As instituições participantes do estudo de custos se beneficiarão do contato com especialistas na área de custos que trabalharão na construção de um sistema de custeio local (legado). Já os benefícios mais significativos ocorrerão em médio e longo prazos, abrangendo toda a sociedade. As vantagens potenciais devem ir além de custos hospitalares diretos e indiretos (ou do custo atribuível) às infeções por MR. Inicialmente, os dados de custos, na medida em que se tornarem disponíveis nas instituições selecionadas, poderão compor análises de custo-efetividade em estudos futuros, por exemplo, com foco na incorporação e uso racional de novas tecnologias.