O câncer de pulmão é o terceiro câncer mais comum no Brasil, com mais de 30 mil casos novos todos os anos, sendo também o principal responsável pelas mortes por câncer no país. Além disso, quando a doença é metastática, ou seja, está em mais de uma parte do corpo, o tratamento medicamentoso é realizado com quimioterapias e as inovadoras imunoterapias. Sendo que as imunoterapias são medicamentos que ajudam o sistema de defesa do corpo a combater o tumor e atuam através de substâncias nas células chamadas PD1 e PD-L1, portanto, chamadas de drogas anti-PD1/PD-L1.
As drogas anti-PD1/PD-L1 já são usadas para o tratamento de câncer de pulmão em outros países e, muitas vezes, necessitam de exames específicos para o diagnóstico e acompanhamento, possuem custo elevado e podem levar à efeitos colaterais graves. Por isso, antes de introduzirmos em pacientes do Sistema Único de Saúde em todo o país, é importante avaliar seus efeitos, êxito e segurança à população brasileira. Além de avaliar a viabilidade de manter os custos envolvidos na sua implantação, incluindo exames e internações, com total cobertura do SUS.
O objetivo do projeto é criar um guia de tratamento de pacientes com câncer de pulmão metastático que leva em consideração caraterísticas dos pacientes para determinar se o melhor tratamento para eles é a quimioterapia, imunoterapia ou outras medicações. Após a criação deste guia, objetivamos testá-lo em 150 pacientes e avaliar os resultados, complicações e custos de cada tratamento.
No total, serão tratados 150 pacientes do SUS com câncer de pulmão do tipo não-pequenas células (o mais comum) com presença de metástases, recrutados por critérios clínicos obtidos através de diversas avaliações e exames diagnósticos. Por exemplo, a biopsia de todos os pacientes que, de acordo com o resultado, definirá o tratamento com quimioterapia, imunoterapia com drogas anti-PD1/PD-L1 ou drogas alvo. E, conforme os pacientes forem tratados, coletaremos dados da eficácia e toxicidade do tratamento, além dos custos de manutenção dos medicamentos, exames, consultas e internações.
Assim, será possível determinar se as drogas anti-PD1/PD-L1 funcionam na população do SUS e, também, que porção dos pacientes devem receber este tratamento, as complicações esperadas e os custos associados.
Este projeto é realizado no Hospital Municipal Vila Santa Catarina (HMVSC), associado ao Hospital Israelita Albert Einstein e o público-alvo do projeto é composto por pacientes com câncer de pulmão de células não-pequenas metastático que não são candidatos a cirurgia ou radioterapia, referenciados para o serviço de oncologia clínica nesta unidade hospitalar, direcionados pela agenda SIGA (Sistema Integrado de Gestão de Atendimento) da prefeitura de São Paulo.