As hepatites virais representam importante problema de saúde pública no Brasil e em todo o mundo. Este projeto busca caracterizar os casos de hepatites agudas e contribuir com informações para garantir a meta de eliminação das hepatites virais no Brasil. O resultado será a produção de um estudo que responda quatro questões fundamentais. São elas: 1) Qual a etiologia das hepatites agudas em nossas instituições? 2) Dentre aquelas de etiologia viral, qual a frequência de vírus A, B, C, D e E? 3) Quais os genótipos virais mais associados com as infecções agudas? 4) Quais as características clínico-epidemiológicas dos pacientes com hepatites agudas coinfectados pelo HIV?
Os resultados desse estudo poderão auxiliar na implantação das ações estratégicas, visando garantir a meta de eliminação das hepatites virais. Ele testará um modelo de atendimento de hepatites agudas, o qual fornecerá alternativas para estabelecer taxas de incidência da doença nos serviços de saúde, além do conhecimento das características clínico-epidemiológicas e moleculares das hepatites virais agudas.
Objetiva-se conhecer as características clínico-epidemiológicas e moleculares das hepatites virais agudas, tratadas pelos serviços de saúde. Além disso, há o interesse em determinar as taxas de incidências das hepatites virais (causadas por vírus hepatotrópicos), identificar hepatites (causadas por agentes não primariamente hepatotrópicos) e analisar os perfis epidemiológicos e sociodemográficos. O estudo também tem em vista caracterizar os genótipos dos vírus hepatotrópicos, identificados nos casos de hepatites agudas, além de comparar a etiologia entre pacientes coinfectados ou não infectados pelo HIV.
Este estudo é observacional, prospectivo, multicêntrico e tem por finalidade avaliar pacientes com quadros clínicos sugestivos de hepatopatia aguda, com avaliação das características clínico-epidemiológicas e moleculares das hepatites virais agudas. A amostra aproximada é de 2.280 pacientes, distribuídos em todas as regiões do Brasil, a partir da escolha de centros de referência. Assim, espera-se representar a ocorrência de hepatites, por região geográfica, e atendimentos consecutivos ao longo de um ano.
Apoiado pelo Hospital Israelita Albert Einstein, este projeto foi construído com o alinhamento inicial dos principais serviços públicos acadêmicos envolvidos no atendimento aos pacientes com hepatites virais agudas e crônicas na cidade de São Paulo: Hospital das Clínicas-FMUSP (Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo), Hospital São Paulo-UNIFESP (Universidade Federal de São Paulo) e Hospital Emílio Ribas. Também está envolvido o Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle IST/AIDS/Hepatites Virais, da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde. As Secretarias Estaduais de Saúde são partes interessadas no projeto, assim como os pacientes atendidos por este projeto, em especial aqueles em situação de maior vulnerabilidade.
O projeto HEPAVI iniciou no 1º Semestre de 2018, com aprovação no CONEP em 22 de Agosto de 2019. Até o 2º Semestre de 2019, 18 centros de 5 regiões do Brasil participam do estudo. Pretende-se atingir um número de 2.280 pacientes ao final do estudo. Até o mês de Dezembro/2020 foram incluidos no estudo 205 pacientes. O gráfico 1 mostra o quando a pandemia pelo vírus SARS-COV2 provocou mudanças radicais na rede de saúde e no cotidiano da população brasileira. Entretanto, a vida e o mundo não pararam e as hepatites provocadas por diferentes agentes hepatotrópicos já conhecidos (vírus das hepatites A a E), bem como com outros agentes que podem causar quadros clínicos semelhantes, não deixaram de existir e não podem ser esquecidas pelo seu impacto na saúde da população. Os resultados do projeto este ano refletem esta situação, com uma queda importante do atendimento de casos de hepatites nos centros selecionados.
A expectativa era encerrar a inclusão dos pacientes em Outubro de 2020 com divulgação dos resultados ao final de 2020. Considerando a chegada da Covid-19 no Brasil causada pelo novo Coronavírus, houve regulamentações de medidas de emergências de saúde pública provocada pelo vírus, como isolamento, quarentena, fechamento de portos, rodovias e aeroportos. Nesse sentido, o Ministério da Saúde-MS decidiu, suspender as coletas de amostras até Dezembro de 2020 e prorrogar o projeto para o próximo triênio de 2021 - 2023. É importante ressaltar que o MS irá reavaliar a medida periodicamente, podendo fazer alterações a qualquer tempo, em caso de necessidade.
Pesqui...
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