A demanda por leitos de UTI cresce na medida em que a população envelhece. Comparada com outras especialidades médicas tradicionais, a terapia intensiva é considerada nova e a escassez de profissionais é realidade em muitos países, incluindo o Brasil – cenário evidenciado ainda mais pela pandemia da Covid-19. Atualmente o número de intensivistas registrados resultam em um cenário em que apenas 25% dos profissionais necessários estão disponíveis no país.
Dados do Cadastro Nacional de Entidades de Saúde (CNES) de 2021 apontam que o Brasil dispõe de cerca de 46 mil leitos de UTI, sendo que o número de profissionais intensivistas com especialização e titulação reconhecidos é de cerca de oito mil, de acordo com o censo da Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB), de 2016. Esse déficit, que predomina nas regiões norte e centro-oeste do país, pode impactar diretamente no tempo de permanência de pacientes na UTI e em maiores taxas de infecção, eventos adversos, mortalidade, tempo de interação e custos.
Diante desse cenário, em 2018, médicos pesquisadores da área de medicina intensiva do Hospital Israelita Albert Einstein desenvolveram, no âmbito do PROADI-SUS, em parceria com a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos, do Ministério da Saúde (SCTIE/MS), o projeto Telescope Trial, que visa avaliar o impacto de um modelo de atendimento via telemedicina nas UTIs composto por acompanhamento horizontal de pacientes, protocolos de cuidados e uso de indicadores, com o objetivo de melhorar os resultados nas UTIs . Entretanto, ainda restaram dúvidas sobre o potencial papel e impacto adicional de outras modalidades de atendimento, como a participação da equipe multiprofissional e a adesão de uma estratégia de gestão integrada. Dessa forma, em 2022, foi criado o projeto Telescope Trial II, para trazer informação de alta qualidade e relevância, com o objetivo de aperfeiçoar o sistema de saúde brasileiro. O novo projeto buscará detalhar se as intervenções focadas na equipe multiprofissional e na gestão podem trazer impacto adicional. Da mesma forma que está previsto uma publicação sobre custo- efetividade caso o Telescope I seja positivo, isso também poderá ser realizado no Telescope II.
O projeto Telescope Trial II envolve a realização de ensaio clínico randomizado de implementação escalonada, para avaliar o impacto clínico de intervenções e cuidados realizados via telemedicina em pacientes graves internados em Unidade de Terapia Intensiva (UTI). A hipótese é de que estratégias baseadas na participação da equipe multidisciplinar (enfermagem, fisioterapia e farmácia clínica) e de gestão da qualidade e segurança tenham impacto sinérgico independente, quando associado à realização de visitas multidisciplinares diárias.
Os estudos, em conjunto, podem trazer uma nova perspectiva para mitigar à carência de profissionais intensivistas em um país com dimensões continentais como o Brasil. Estes dados ficarão disponíveis para serem utilizados na formulação de políticas públicas futuras e no redesenho dos modelos assistenciais voltados para a população de pacientes graves no Brasil e no mundo.
O projeto deve realizar análises de impacto independentes, relacionadas ao tempo de permanência nas UTIs do sistema público, a partir de estratégias de intervenção via telemedicina, baseadas na atenção prestada por equipe multiprofissional especializada e numa estrutura de gestão integrada. Também será medido o impacto combinado das duas intervenções descritas, além da análise de desfechos secundários, relacionados a fluxo, processos, qualidade, segurança e outras variáveis relacionadas a impacto clínico. Todas serão associadas a visitas multidisciplinares diárias (VMD) lideradas por médico intensivista.
Objetivos do Plano Nacional de Saúde aos quais o projeto se vincula:
O projeto Telescope Trial II permitirá o desenvolvimento técnico, nos âmbitos médico e multiprofissional local, para as UTIs participantes, com perspectivas de gerar subsídios (evidência científica) para a formulação de políticas públicas futuras e de influenciar a carreira do Médico Intensivista dentro e fora do SUS. Isso também possibilitará o seu fortalecimento como um sistema dinâmico capaz de produzir soluções para problemas relevantes com base em dados científicos.
O estudo pretende incluir UTIs de cerca de 30 hospitais, entre de 12 mil e 20 mil pacientes, em um período de 12 a 24 meses. O público-alvo são UTIs brasileiras com déficits de profissionais intensivistas em todos os turnos/plantões, sem visitas multidisciplinares diárias.
As intervenções a serem testadas são:
As comparações para mensurar o efeito se dão ao longo do tempo, entre as diferentes fases.
Principais Resultados:
.Adriano Jose Pereira - Hospital Israelita Albert Einstein, São Paulo, SP
Maura Cristina Santos Enfermeira Intensivista Coordenadora Tele-UTI
Bruna Gomes Barbeiro Enfermeira Intensivista Sênior
Otávio Tavares Ranzani médico intensivista e epidemiologista
Renato Chaves médico anestesiologista e pesquisador, Hosptial Israelita Albert Einstein
Tiago Mendonça Estatístico - Hospital Israelita Albert Einstein
Raquel Afonso Caserta Coordenador Fisioterapia - Pacientes Graves Marcele Liliane Pesavento Coordenador Enfermagem -Terapia Intensiva Adulto - Enf Silvana Maria de Almeida Gerente Suprimentos HIAE Farmácia Gabrielli Pare Guglielmi Coordenador Farmacia Clinica Farmácia Clínica e Transcrição Roberta Gonsalez dos Santos Coordenador Farmacia Serviço de Inf e Segurança Medicamentos Lidiane Soares Sodre da Costa Especialista Praticas Assistenciais Gerência Prática Assistencial Joao Paulo Victorino Enfermeiro Pl Terapia Intensiva Adulto – Enf Fernanda Paulino Fernandes Gerente Qualidade e Segurança Experiência e Segurança com o Cuidado Aline Cristina Pedroso Consultor Praticas Qualidade e Segurança Experiência e Segurança com o Cuidado Eliton Paulo Leite Lourenço Coordenador Enfermagem Gerência Assistencial M'Boi Mirim Camila de Carvalho Gambin Gerente Assistencial Gerência Assistencial HMAP Renata de Souza Cyrino Coordenador Enfermagem UTI Adulto HMAP Gean Carlos Alves Moraes Coordenador Multiprofissional Equipe Multiprofissional HMAP Erika Yumiko Kumoto Coordenador Enfermagem Terapia Intensiva Einstein Goiania Flavia Veronezi Stankevicius Enfermeiro Pl Terapia Intensiva AdultoEnf Cilene Saghabi Fisioterapeuta Fisioterapia - Pacientes Graves Jessica Tamiris Romano Farmaceutico Jr Serviço de Inf e Segurança Medicamentos Alessandra Gomes Chauvin Farmacêutica Pleno – Hospital Albert Einstein. Barbara Barduchi Farmacêutica Sênior – Hospital Albert Einstein. Beatriz Rocha Monteiro Farmacêutica Pleno – Hospital Albert Einstein Fabiana Rossi Varallo Professora Doutora do Departamento de Ciências Farmacêuticas da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão-Preto- USP. Flavia Oliveira Rodrigues Farmacêutica Pleno – Hospital Albert Einstein. Giovana Roberta Zelezoglo Farmacêutica Sênior - Hospital Albert Einstein. Luciana Laversveiler Moraes da Costa Farmacêutica Automação Hospitalar - Hospital Albert Einstein. Tatiana Aporta Marins Farmacêutica Sênior - Hospital Albert Einstein. Amanda Valle – Coordenadora Médica UTI Hospital Municipal Vila Santa Cataria / Rede Einstein de Pacientes Graves. Ana Cláudia Ferraz – Líder Qualidade Segurança / DPG - Hospital Albert Einstein. Ana Lúcia Martins da Silva – Coordenadora Psicologia - Hospital Albert Einstein. Angelo Carvalho – Coordenador Médico UTI – Einstein Goiânia/GO. Bruno de Arruda Bravim – Coordenador Médico UTI - Hospital Albert Einstein. Bruno Mazza – Médico Referência UTI - Hospital Albert Einstein. Daiane Seger – Médica Intensivista e Teleconsultora - Hospital Albert Einstein. Felipe Maia de Toledo Piza – Diretor Médico – HMAP/GO. Gilberto Friedman – Intensivista, Professor de Medicina Intensiva, Hospital de Clínicas de Porto Alegre\UFRGS. Glauco Whestphal – Intensivista, AMIB, Docente da Universidade da Região de Joinville/SC (Univille), experiência Coordenação UTI e Direção Hospital. Guilherme de Paula Pinto Schettino – Diretor IIRS - Hospital Albert Einstein. Gustavo Faissol Janot de Matos – Médico Referência CTI e Especialista em Qualidade - Hospital Albert Einstein. Haggéas da Silveira Fernandes – Intensivista, diretor médico do Hospital Samaritano Higienópolis. Hipólito Carraro Jr – Intensivista, coordenador médico da UTI geral - CHC-UFPR da Universidade Federal do Paraná. Joan Castro – Intensivista, Coordenador Médico UTI HMAP/GO. Juliana Anacleto – Coordenadora Enfermagem UTI Transplante - Hospital Albert Einstein. Leonardo José Rolim Ferraz – Diretor Hospital MBoi Mirim e da Rede Einstein de Pacientes Graves. Marcele Pesavento – Coordenadora Enfermagem UTI - Hospital Albert Einstein. Murillo Santucci Cesar de Assunção – Diarista CTI - Hospital Albert Einstein Nelson Akamine – Intensivista, Diretor de Tecnologia de Informação / Hospital São Paulo – SPDM. Niklas Soderberg Campos – Intensivista, Coordenador UTI MBoi Mirim. Raquel Afonso Caserta Eid – Coordenadora Fisioterapia - Hospital Albert Einstein. Thiago Domingos Corrêa – Gerente Médico - Hospital Albert Einstein. Walace de Souza Pimentel – Cardiologia e Intensivista Hospital Albert Einstein. Coordenador UTI Cirurgia Cardíaca Hospital São Paulo/EPM-UNIFESP/SP.
Alexandre Biasi Cavalcanti intensivista. Diretor do Instituto de Pesquisa HCor, São Paulo, SP. Membro da BRICNet Ary Serpa Neto intensivista. Hospital Alemão Oswaldo Cruz, São Paulo, SP. Membro da BRICNet. Carlos Henrique Sartorato Pedrotti Gerente Médico Telemedicina, Hospital Israelita Albert Einstein, São Paulo, SP. Danilo Teixeira Noritomi intensivista, Gerente Médico, Rede Ímpar, SP Fernando Zampieri intensiva e pesquisador, Hospital Israelita Albert Einstein. Membro da BRICNet. Flávia Machado intensivista, ILAS, coordenadora UTI EPM-UNIFESP. Membro da BRICNet. Guilherme Schettino pesquisador, Diretor Instituto Israelita de Responsabilidade Social - SBIBAE. Jorge Salluh intensivista. Docente Programa de Pós-graduação UFRJ, Pesquisador do Depto de Medicina Intensiva, IDOR-Rio de Janeiro. Membro da BRICNet. Leandro Taniguchi intensivista, pesquisador, FMUSP. Leonardo José Rolim Ferraz intensivista, diretor Rede Einstein Pacientes Graves Lúbia Caus intensivista. Unidade de Terapia Intensiva, Hospital Israelita Albert Einstein Luciano Cesar Azevedo intensivista. Hospital Sírio-Libanês & Hospital São Paulo, UNIFESP, São Paulo, SP. Membro da BRICNet. Marcelo Park intensivista, pesquisador, coordenador UTI FMUSP. Otávio Berwanger Médico epidemiologista, Diretor ARO, Hospital Israelita Albert Einstein, São Paulo, SP. Regis Goulart Rosa intensivista. Centro de Tratamento Intensivo Adulto do Hospital Moinhos de Vento, Porto Alegre, RS. Membro da BRICNet. Renata Albaladejo Enfermeira Intensivista, Gerente Operacional de Telemedicina. Rodrigo Biondi intensivista, pesquisador e docente (Brasília). Suzana Margareth Ajeje Lobo intensivista, pesquisadora, coordenadora UTI SJ Rio Preto. Membro da BRICNet