O projeto Boas Práticas busca fortalecer a atuação do Ministério da Saúde (MS) na qualificação do cuidado e gestão na Rede de Urgência e Emergência, alinhado com a Política Nacional de Atenção Especializada em Saúde (PNAES). Para que isso ocorra, será necessário fortalecer a capacidade da rede de atendimento, implementar tecnologias inovadoras, treinar continuamente os profissionais de saúde e adotar protocolos de atendimento rigorosos.
De forma geral, o projeto pretende melhorar a eficácia e resolutividade dos casos, além de estabelecer um sistema de pesquisa comparativa e indicadores para monitorar o desempenho da Rede de Atenção às Urgências. Ele atuará com a qualificação da assistência e educação permanente.
Conforme o PNAES, o Boas Práticas também visa ampliar a oferta de serviços da atenção especializada com vista à qualificação do acesso e redução das desigualdades regionais e aperfeiçoar a gestão do Sistema Único de Saúde (SUS), para garantir o acesso a serviços de saúde equitativos e de qualidade.
As doenças cardiovasculares (DCV) representam a principal causa de morbidade e mortalidade globalmente. A adoção de ferramentas conectadas no Brasil tem o potencial de melhorar o acesso aos cuidados de saúde e a eficácia das intervenções, alinhando-se aos princípios do SUS.
Já a sepse é um desafio de saúde pública, com aumento evidente no Brasil, principalmente devido ao diagnóstico tardio. Intervenções educativas podem reduzir a incidência de sepse e outras condições críticas, melhorando a qualidade dos serviços de saúde desde a atenção primária até a especializada.
O uso de estratégias conectadas para cuidados integrados beneficia os usuários do SUS, ampliando o acesso a diagnósticos e consultas cardiológicas. Isso impacta positivamente nos resultados dos tratamentos de pacientes, oferecendo serviços especializados e qualificando os profissionais de saúde. Projetos como o Boas Práticas, que promovem o desenvolvimento contínuo de competências e habilidades dos profissionais, além do reconhecimento das soluções digitais como ferramentas clínicas, têm o potencial de fortalecer e desenvolver ainda mais o SUS.
O projeto atuará no eixo pré-hospitalar sob as seguintes metodologias:
Entrega 0 – Gestão do Projeto – formação de um grupo de trabalho que assegurará os recursos necessários à gestão do projeto.
Estruturar os recursos da gestão do projeto: manter e/ou adquirir os recursos humanos do projeto;
Treinar os médicos teleconsultores: contratar e alinhar o trabalho dos cardiologistas que atuarão no telediagnóstico e teleinterconsultas cardiológicas;
Monitorar junto ao Ministério da Saúde: monitorar o projeto junto ao MS, por meio de reuniões online, relatórios mensais de monitoramento e uma reunião presencial por ano.
Eixo - Qualificação da Assistência da Rede de Urgência e Emergência
Entrega 1 – Apoio ao diagnóstico – UPA 24h e PA - Serviço de eletrocardiografia como apoio ao diagnóstico, facilitando o acesso a serviços especializados e buscando reduzir o tempo de diagnóstico em Unidades de Pronto Atendimento (UPA 24h) e Pronto Atendimento - PA.
Dentre as atividades previstas nesta entrega destacam-se:
Atividade 1.1 Definir e pactuar junto as UPAs 24h e PAs - Após a seleção das 735 instituições pelo Hcor e das 150 instituições pela BP será realizado o alinhamento com a coordenação das unidades e demais envolvidos. Isso ocorrerá por meio da definição de metas, entregas e cronograma.
Atividade 1.2 – Realizar o apoio ao diagnóstico – Tele-ECG - Cardiologistas do Hcor e BP farão laudos de exames de ECG, 24h por dia e 7 dias por semana, e após triagem, os exames serão encaminhados para laudo definitivo. Sendo que 05% deles serão revisados por um cardiologista sênior para garantir qualidade. Exames com alterações clínicas relevantes, como arritmias e infartos, serão identificados e avaliados.
Atividade 1.3 - Monitorar o Parque Tecnológico – Monitorar o uso e suporte aos aparelhos de eletrocardiógrafos e notebooks adquiridos durante o triênio 21-23, disponibilizados para as instituições contempladas no projeto.
Entrega 2 - Apoio a decisão clínica - UPA 24h e PA
Atividade 2.1 – Realizar o apoio a decisão clínica – Teleinterconsulta cardiológica - Discussões de caso, por meio de apoio à decisão clínica cardiológica especializada mediante laudo sugestivo de Síndrome Coronariana Aguda (Angina Instável, IAMSST e IAMCSST) e/ou arritmias complexas,.
Atividade 2.2 – Realizar seguimento de desfecho clínico após 48h - Seguimento dos casos de Síndrome Coronariana Aguda (Angina Instável, IAMSST e IAMCSST) e arritmias complexas, após 48h da admissão do ECG para avaliação de desfecho clínico.
Entrega 3 – Implementação e Monitoramento das Diretrizes
Atividade 3.1 – Planejar, selecionar e contemplar as UPAs 24h – Seleção de 136 UPAs 24h, por ciclo, para o monitoramento e avaliação da linha de cuidado em síndrome coronariana aguda, sepse e acidente vascular cerebral (AVC) durante período de 18 meses, sendo 12 meses de intervenção e 6 meses de encontros virtuais (monitoramento).
Atividade 3.2 - Implementar as Diretrizes e Monitorar os Indicadores – Implementação e monitoramento visando a melhoria dos processos assistenciais em Síndrome Coranariana Aguda (SCA), Acidente Vascular Cerebral (AVC) e Sepse Adulto.
Atividade 3.3 – Gerenciar os Fluxos e Monitorar os Indicadores (Lean) – A classificação de risco na triagem hospitalar, com base em protocolos do MS, prioriza pacientes por gravidade clínica, e não por ordem de chegada. Protocolos assistenciais orientam a equipe especialmente na abordagem da dor torácica, frequentemente associada à Síndrome Coronariana Aguda. Assim, esta atividade consiste em avaliar a classificação de risco utilizada na triagem dos pacientes nas UPAs 24h, adicionado aos ciclos de melhoria, visando a implementação dos protocolos gerenciados. A metodologia usada será o Lean Healthcare.
Marco 3.4 – Realização do Workshop de encerramento
Entrega 4 – Desenvolver estudo de avaliação de impacto
A entrega inclui um estudo de avaliação de impacto, que busca analisar as mudanças produzidas pelo projeto. Ele investiga se as iniciativas atingiram seus objetivos e fornecem informações objetivas para apoiar a tomada de decisão estratégica e potencializar as transformações desejadas.
Atividade 4.1 – Planejamento do estudo - O processo envolve a identificação das mudanças desejadas, mapeamento de objetivos, definição de elementos de mensuração, seleção de indicadores e amostragem, e finaliza com a criação de um cronograma.
Atividade 4.2 – Desenvolvimento do estudo - A coleta de dados sistemática e o monitoramento contínuo fornecem uma visão abrangente e permitem ajustes, embasando análises e decisões informadas ao longo do processo.
Atividade 4.3 – Divulgação dos resultados - A atividade compreende a divulgação dos resultados identificados por meio da avaliação de impacto realizados no âmbito do Projeto avançando o conhecimento sobre a aplicabilidade da telessaúde no âmbito do SUS, sendo estes materiais previamente aprovados pela área técnica de avaliação do MS.
Gerente de Projetos: Patrícia Vendramim
Coordenadora de Projetos: Camila Pereira Pinto Toth
Coordenadora Médica: Camila Rocon de Lima