Conheça os estudos do PROADI-SUS que avaliam as medidas de prevenção a doenças cardiovasculares no SUS!

Conheça os estudos do PROADI-SUS que avaliam as medidas de prevenção a doenças cardiovasculares no SUS!  Conheça os estudos do PROADI-SUS que avaliam as medidas de prevenção a doenças cardiovasculares no SUS!

As doenças cardiovasculares (DCV) são a causa número um de mortes em todo o mundo, e no Brasil, cerca de 14 milhões de pessoas possuem algum tipo de doença no coração. Estima-se que há cerca de mil óbitos diários decorrentes dessas enfermidades, segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC)1. Visando auxiliar o SUS no desenvolvimento de práticas de prevenção dessas doenças, o Hospital Israelita Albert Einstein, por meio do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (PROADI-SUS), conduz três estudos avaliativos sobre a prevenção das doenças cardiovasculares no país: o OPTIMAL- DIABETES, OPTIMAL Stroke/AVC e o Estudo VIP. 

 

Estudo OPTIMAL-DIABETES 

O estudo OPTIMAL-DIABETES visa comparar dois níveis de pressão arterial sistólica em pacientes hipertensos e diabéticos e avaliar se o nível de pressão mais baixo (< 120 mmHg) reduz o número de eventos cardiovasculares, como morte por causas cardiovasculares, infarto, AVC e insuficiência cardíaca, comparado com o nível de pressão atualmente recomendado (< 140 mmHg).O estudo é realizado em 33 centros parceiros em todo o Brasil, e até o momento conta com mais de 8 mil pacientes já incluídos que seguem em acompanhamento de maneira presencial e remota, via telemedicina. Até o final de 2021, está previsto o alcance de 9 mil pacientes recrutados que serão acompanhados até o final de 2023. 

Uma das entregas do projeto é elaborar um material para fazer o ajuste correto da pressão arterial, além de outras orientações prestadas pelos profissionais do Hospital Israelita Albert Einstein. Os centros participantes também incentivam outros hábitos saudáveis para os pacientes com diabetes tipo 2, como a realização de dieta, atividades físicas e interrupção do tabagismo.São utilizados medicamentos de tratamento de pressão arterial (anti-hipertensivos) já disponíveis nas farmácias populares e no SUS.  

Para Dra. Karla Espírito Santo, pesquisadora médica e líder do estudo OPTIMAL-DIABETES pelo Hospital Israelita Albert Einstein, os resultados do projeto podem contribuir de maneira favorável ao sistema público de saúde:  

O estudo trará uma contribuição substancial  ao SUS caso demonstremos que há um benefício ao reduzir a pressão desses pacientes para níveis abaixo de 120 mmHg. Essa prática pode ser implementada imediatamente em hospitais públicos e postos de saúde, contribuindo com a redução de internações e acometimentos de variadas DCV’s nesses locais.”, afirma. 

Estudo OPTIMAL Stroke/AVC: 

O objetivo do Estudo OPTIMAL Stroke/AVC, por sua vez, é comparar dois níveis de pressão arterial sistólica em pacientes hipertensos e com história de AVC isquêmico, avaliando se o nível de pressão mais baixo (< 120 mmHg) reduz o número de eventos cardiovasculares, como morte por causas cardiovasculares, infarto e AVC, comparado com o nível de pressão atualmente recomendado (< 140 mmHg).  Ao todo, são mais de 2 mil pacientes acompanhados pelo estudo em 25 centros espalhados por quatro regiões do Brasil. 

Mesmo durante o enfrentamento da pandemia do novo coronavírus, o estudo não foi paralisado, e, até 2023, o projeto prevê a avaliação de 7.104 pacientes acompanhados presencial e virtualmente, para que não haja a necessidade de deslocamento aos centros, evitando aglomerações e exposição a doenças como a COVID-19. De acordo com Dra. Gisele Sampaio Silva, neurologista líder do projeto, desde 2020, foram entregues aos pacientes aparelhos de pressão para que a medição ocorresse no conforto de seus lares, sendo os ajustes medicamentosos feitos através   de visitas virtuais em pacientes incapacitados de comparecer aos centros de pesquisa. “Os aparelhos são fundamentais para garantir o monitoramento dos casos à distância, e essa rotina é adequada à realidade de cada centro, visando a segurança das pessoas atendidas”, diz.  

Fora a flexibilidade e adaptação das visitas, foi desenvolvido um material de educação parapacientes, instruindo a medição da pressão arterial de maneira adequada. Nessas entregas constam, além de medidas rotineiras no seguimento domiciliar, protocolos de mensuração e instruções para os atendimentos remotos. Outra medida adotada pelos centros é a orientação aos pacientes que procurem o hospital em momentos de emergência – uma vez que as internações por AVC caíram drasticamente devido à crise sanitária.  

A líder do projeto afirma, ainda, que os resultados do estudo serão inovadores e de grande valia ao desenvolvimento do SUS. “Esse é o único estudo no mundo que avalia o nível de pressão ideal pós-AVC. Nenhum grupo até o momento conseguiu responder a essa importante questão. Investir em políticas públicas e terapias de prevenção é fundamental para evitar mais mortes  e recorrência do AVC. Por isso o Estudo OPTIMAL-AVC é tão necessário. Estamos em fase de estimular a entrada de mais pacientes para a randomização e, se conseguirmos demonstrar os benefícios desse controle, o SUS terá uma maneira segura de tratar uma das maiores causas de incapacidade no mundo”, afirma. 

 

ESTUDO VIP-ACS: 

Já o Estudo VIP-ACS avalia se a utilização da vacina contra a Influenza pode prevenir eventos cardiovasculares futuros, como infarto e AVC. Até o momento, 1.802 pacientes estão incluídos no estudo e serão acompanhados ao longo de 12 meses em 28 centros espalhados em todo o país. Os pacientes foram incluídos em até sete dias após um episódio de síndrome coronariana aguda para receberem uma dupla vacinação influenza, durante sua hospitalização, ou uma vacina influenza dose padrão após 30 dias. Este desenho clínico testará a hipótese de inibir a infecção influenza pode dirimir o gatilho para novos eventos cardiovasculares, além da imunomodulação da vacina ser outro fator de proteção.  

Atualmente, o estudo se encontra em fase de análise de dados e desfechos clínicos, com previsão de que, em agosto de 2021, esses resultados sejam divulgados e, em abril de 2022, apresentados na American College Cardiology (ACC), importante associação médica reconhecida internacionalmente no ramo de cardiologia.  

“Acreditamos que a pesquisa com vacinas nos mostrará os caminhos para o combate às doenças crônicas não transmissíveis. Por meio de uma solução efetiva, rápida, barata e conhecida pelo SUS, buscamos reduzir a ocorrência de um dos maiores empecilhos da saúde pública: as doenças cardiovasculares”, afirma o Dr. Henrique Fonseca, pesquisador clínico da Academic Research Organization (ARO) da Sociedade Brasileira Israelita Albert Einstein. “Caso demonstre benefício, a intervenção por meio das vacinas influenza poderá ser implementada no SUS, de maneira quase que imediata", comenta Dr. Fonseca. 

Além dos benefícios aos pacientes acompanhados, espera-se desestimular a crença de que doenças cardiovasculares são comuns à velhice, e esclarecer que se trata de uma condição totalmente evitável.  Ambos os projetos são megatrials, grandes estudos financiados via PROADI-SUS com participantes brasileiros em parceria com pesquisadores internacionais que utilizam de tecnologias já existentes e recorrentes no SUS. Espera-se também motivar uma possível mudança de políticas públicas para a prevenção do risco cardiovascular com a vacina da Influenza e demais medidas de prevenção com esses e outros projetos que investigam a incidência é decorrência das DCV’s, como o projeto OPTIMAL Stoke, conduzido pela mesma instituição. 

A pesquisa clínica salva vidas. A partir desses grandes estudos identificamos intervenções e tratamentos que possam reduzir o risco de complicações importantes para problemas de saúde comuns.”, salienta o Dr. Otávio Berwanger, diretor da ARO pelo Hospital Israelita Albert Einstein.   



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