Em 15 de maio é celebrado o Dia Nacional do Controle das Infecções Hospitalares, data criada em 2008 pelo Ministério da Saúde com o objetivo de conscientizar autoridades sanitárias, diretores de hospitais e profissionais de saúde sobre a importância do controle destes casos, além de aumentar a consciência pública sobre a questão e a necessidade de seu controle.
Também conhecida como infecção relacionada à assistência à saúde (IRAS), a infecção hospitalar é adquirida quando um paciente é internado, podendo se manifestar durante ou após o tempo de permanência na instituição. Estas complicações ocorrem após procedimentos médicos e assistenciais, sendo que o risco aumenta quando não são adotadas as medidas de prevenção já bem estabelecidas em todo o mundo, a exemplo da adesão à higiene das mãos e a adesão ao pacote de medidas de prevenção de IRAS associada à inserção e manutenção de dispositivos invasivos. As IRAS são responsáveis por aumentar o tempo de permanência hospitalar, assim como a taxa de mortes e os custos hospitalares.
De acordo com um relatório divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) na primeira semana de maio deste ano, de cada 100 pacientes em hospitais para cuidados intensivos, sete pacientes em países de alta renda e 15 pacientes em países de baixa e média renda adquirirão ao menos uma infecção associada à atenção à saúde durante sua internação hospitalar. Em média, um em cada 10 pacientes afetados morrerá por este motivo1.
Ainda de acordo com a OMS, o impacto das IRAS e da resistência antimicrobiana na vida das pessoas é incalculável. Mais de 24% dos pacientes afetados por sepse associada à atenção à saúde e 52,3% dos pacientes tratados em uma unidade de terapia intensiva morrem. As mortes aumentam de duas a três vezes quando as infecções são resistentes aos antimicrobianos. O relatório também mostra que, aproximadamente, um em cada quatro casos de sepse tratados no hospital e quase metade de todos os casos de sepse com disfunção orgânica tratados em unidades de terapia intensiva de adultos são associados à atenção à saúde.
São considerados pacientes de risco, ou seja, os mais vulneráveis, crianças, idosos, pessoas com doenças que comprometem a imunidade ou que são submetidas a procedimentos invasivos, como cirurgias ou uso de sondas e cateteres.
Com o objetivo de fortalecer a prevenção destes casos no Sistema Único de Saúde (SUS) e ampliar os conhecimentos sobre o tema no Brasil, os hospitais PROADI-SUS atuam em parceria com o Ministério da Saúde por meio de uma série de projetos relacionados:
Tem como objetivo a implementação de práticas de prevenção às Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS) no SUS, sendo as principais: a Infecção Primária da Corrente Sanguínea Associada a Cateter Venoso Central (IPCSL), Pneumonia Associada à Ventilação Mecânica (PAV), Infecção do Trato Urinário Associada a Cateter Vesical (ITU-AC). Para tal, é utilizada uma metodologia colaborativa que pressupõe a participação ativa de todos os envolvidos, baseadas no propósito de “todos ensinam e todos aprendem”. Além dessas práticas, os hospitais participantes passam pela implementação ou aprimoramento de protocolos de Higienização das Mãos.
O projeto é conduzido pelos seis hospitais de excelência que compõem o PROADI-SUS: Hospital Alemão Oswaldo Cruz, BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo, Associação do Sanatório Sírio - Hcor, Hospital Israelita Albert Einstein, Hospital Moinhos de Vento e Hospital Sírio-Libanês.
Trata-se de uma plataforma de pesquisa colaborativa que iniciou como um estudo observacional prospectivo e colaborativo sobre infecções multirresistentes em pacientes de Unidade de Terapia Intensiva no triênio 2018-2020. Atualmente, propõe diversos estudos de intervenção clínica no tema, como o impacto clínico das infecções por MR a antimicrobianos em pacientes internados em UTI adulto no Brasil, e identifica a mortalidade atribuível à sepse em pacientes hospitalizados; validade dos dados de Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS) e microrganismos resistentes reportados à Anvisa; a importância dos saneantes e do ambiente hospitalar para transmissão de bactérias multirresistentes; e o impacto econômico de infecções por MR aos antimicrobianos em UTIs brasileiras; a não inferioridade da antibioticoterapia de 7 dias comparado ao tratamento convencional de 14 dias nas infecções por bacilos Gram negativos multirresistentes; e tratamento antimicrobiano em traqueobronquite associada à ventilação mecânica.
A iniciativa também é conduzida pelos seis hospitais de excelência que compõem o PROADI-SUS: Hospital Alemão Oswaldo Cruz, BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo, Associação do Sanatório Sírio - Hcor, Hospital Israelita Albert Einstein, Hospital Moinhos de Vento e Hospital Sírio-Libanês.
Tem como objetivo melhorar a segurança do paciente em 36 hospitais públicos localizados nas regiões Norte, Nordeste e Centro Oeste, em estados não contemplados no triênio 2018-2020, com base no Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP). Isso envolve a consolidação dos Núcleos de Segurança do Paciente nos hospitais de forma funcional e a implantação dos protocolos básicos de Segurança do Paciente, visando minimizar riscos trabalhando com os temas de comunicação efetiva, cirurgia segura, higiene de mãos, segurança de medicamentos, identificação, assim como prevenção de quedas e lesão por pressão. O projeto é conduzido pelo Hospital Moinhos de Vento.
Busca a ampliação da capacitação das equipes de 91 Unidades de Pronto Atendimento 24h (UPA) na implementação e aplicabilidade efetiva dos protocolos locais que permitam aumentar o reconhecimento da Sepse, seu diagnóstico e tratamento precoce, permitindo a aplicação do pacote de medidas de contenção da doença, a fim de impactar positivamente nos desfechos clínicos dessa síndrome. Além disso, a iniciativa visa a criação e implementação de ferramentas para a identificação e fluxo de priorização de atendimento e tratamento precoce dos pacientes com diagnóstico de Sepse, por meio da capacitação das equipes com relação à conceitos e ferramentas da Gestão da Qualidade, bem como da Segurança do Paciente e Metas Internacionais regidas pela OMS e RDC nº 36 de 2013. O projeto é conduzido pelo Hospital Sírio-Libanês.
Referência