O Hospital Sírio-Libanês realizou, em 22 de outubro, o 4º Workshop do Projeto Lean nas Emergências. Devido à pandemia, o evento foi online e contou com as boas-vindas de Olavo Braga Neto, assessor do Departamento de Atenção e Urgência Hospitalar (DAHU) do Ministério da Saúde; Fernando Passos Cupertino de Barros, coordenador técnico e secretário executivo substituto do CONASS; Rute de Freitas, diretora de Capacidade e Operações e Unidades Externas do Hospital Sírio-Libanês; Alex Ricardo Martins, gerente de projetos do PROADI-SUS pelo Hospital Sírio-Libanês.
Na abertura, Olavo Braga afirmou que o DAHU busca, em parceria com o Sírio-Libanês, apoiar os hospitais “a melhorarem o atendimento para atingir nossa principal meta neste projeto , que é salvar vidas, diminuir a superlotação tendo como consequência dar qualidade de vida do usuário do SUS.”
"É um projeto muito importante que vem trazendo uma mudança significativa para o nosso SUS. agradeço aos hospitais participantes pelo desafio aceito, que essas mudanças trazidas pelo Lean se perpetuem nestas instituições e que possam disseminá-las a outras instituições de saúde", ressaltou Alex Martins.
Em seu pronunciamento, Fernando Barros destacou que a pandemia foi a prova incontestável da importância do Lean nas Emergências para os atendimentos de urgência e emergência no SUS. "Ao fortalecer a Atenção Primária, procurar de uma certa forma fazer essa articulação com atenção especializada e hospitalar de modo a otimizar os seus processos de trabalho que, consequentemente, possibilitaram uma resposta melhor aos usuários e ao SUS como um todo, além de, possivelmente, facilitar o trabalho do próprio hospital", disse.
Resultados
O coordenador médico do projeto pelo Sírio-Libanês, Dr. Rasivel Santos Junior, falou sobre os impactos da iniciativa até o momento e destacou os resultados. Desde o início do projeto, em 2018, houve uma redução média de 38% na superlotação (NEDOCS) – entre esse total, pacientes internados reduziram em 41% o tempo de permanência no hospital e pacientes que passaram por serviços de urgência, que não precisaram ser internados, reduziram em 27%. Com base nesses dados, a estimativa é que o projeto viabilize o aumento de quase 30 mil atendimentos por mês pelo pronto atendimento, evitando mais de 6,5 mil mortes.
“Com baixo custo de implementação, essa ferramenta de gestão vem mitigando o impacto negativo da pandemia na rede pública de saúde e, agora, se consolida em seu quinto ciclo, levando soluções a problemas mais complexos que os hospitais da rede pública enfrentam. Nesta nova fase, teremos a oportunidade de mudar a rotina de profissionais da saúde e pacientes de 26 instituições”, disse.
Desde o seu início, em 2018, o projeto já passou por 102 hospitais em 24 estados brasileiros. Os hospitais participantes do Lean nas Emergências são escolhidos pelo Ministério da Saúde junto ao Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS) e Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (CONASEMS), e são acompanhados por um período de seis meses.
Números de destaque:
Para mostrar o impacto do programa, representantes hospitais participantes compartilharam os resultados robustos após a implementação do método Lean nas emergências. De acordo com Ana Carolina Merce, gerente executiva do Hospital Geral de Itapecerica da Serra (SP), o programa permitiu os seguintes resultados: NEDOCS: redução de 62%, passando de 427 para 161; LOS sem internação (min): redução de 37%, passando de 201 para 126; LOS com internação (min): redução de 40%, passando de 1634 para 982; tempo médio de permanência (dias): redução de 5,2%, passando de 5,5 para 5,2; fator de utilização dos leitos hospitalares: melhora de 56,3%, passando de 94% para 147%.
Já a gerente executiva do Hospital de Pronto Socorro João XXIII (MG), Cíntia Alcântara, os resultados foram: NEDOCS: redução de 63%; LOS com internação: redução de 30%; LOS sem internação: redução de 72%.
Por fim, Júlia Marques, diretora geral do Hospital e Pronto-Socorro 28 de Agosto (AM) compartilhou que, na instituição, NEDOCS passou de 642 para 140, com redução de 78%; LOS sem internação passou de 405 para 91, com redução de 77%; LOS com internação passou de 1488 para 410, com redução de 72%; fator de utilização de leitos hospitalares passou de 120 para 60, com redução de 50%; e tempo médio de permanência (dia) passou de 10 para 3, com redução de 70%. "O projeto nos proporcionou não somente capacidade e responsabilidade técnica para desenvolver uma gestão de qualidade, mas, também resgatou o trabalho em equipe, a vibração pelas conquistas e o sentimento de que sempre podemos fazer algo bom", concluiu.
A programação contou, ainda, com a participação de Conrado Brocco Tramontini, Coordenador de Agilidade e Desenvolvimento de Tecnologia da Informação, e de Vinícius Renó de Paula, especialista de processo do projeto, que falaram sobre o tema "Transformação ágil para instituições de saúde".
O físico, escritor e consultor especializado em inovação, Clemente Nobrega, falou sobre o tema "Hospital do futuro", com a moderação de Nicolas Marcelino, coordenador de projetos na Diretoria de Compromisso Social do HSL.