27 de setembro é o Dia Nacional da Doação de Órgãos no Brasil, que tem o objetivo de conscientizar sobre a importância do tema, em um país que possui o maior sistema público de transplantes no mundo e também muitos desafios.
Apesar do Brasil ser o segundo país em números absolutos de doadores no mundo, cai para a 33ª posição em proporção ao tamanho da população. Além disso, do total de potenciais doações, cerca 40% não têm autorização da família, e outros 10% são perdidos por falhas no manejo clínico do paciente em morte encefálica.
Com a pandemia da covid-19, o cenário se agravou: o primeiro semestre de 2020 registrou queda de 17% nos transplantes em comparação ao mesmo período de 2019. Isso também se deve pela diminuição no número de doações, em 6%. Outro número preocupante é o aumento de óbitos na fila de espera, que foi de 34% em relação ao ano anterior.
Para dar suporte ao Sistema Único de Saúde (SUS) e fortalecer o cenário de transplantes, o PROADI-SUS tem projetos focados na qualificação de profissionais de saúde para realização desses procedimentos de alta complexidade, além de condução de estudos clínicos e assistência direta a pacientes.
Projeto de Transplantes do Hospital Albert Einstein qualifica profissionais e realiza transplantes de órgão e tecidos para o SUS:
O projeto de transplantes do Hospital Israelita Albert Einstein atua tanto na capacitação de equipes multiprofissionais sobre as técnicas de diagnóstico de morte encefálica - que é a perda irreversível das atividades cerebrais -, quanto sobre as melhores práticas assistenciais, por meio de tutorias e incorporação de novas tecnologias em quatro Centros Transplantadores no Brasil, localizados no Rio de Janeiro (pulmão), Mato Grosso do Sul, Sergipe (rim) e Pará (fígado).
Além disso, desde 2002, a iniciativa já realizou 3.737 transplantes em pacientes do SUS em diversas modalidades, como estômago, pulmão, intestino, coração e pâncreas. Somente no curso de morte encefálica, a qualificação já atingiu mais de 1.570 profissionais do SUS.
Estudo DONORS do Hospital Moinhos de Vento avalia estratégias para otimizar a doação de órgãos:
Com o objetivo de contribuir com a Coordenação Geral do Sistema Nacional de Transplantes para aumentar o número de doações de órgãos no Brasil, o Hospital Moinhos de Vento realiza o Projeto DONORS. Trata-se de um estudo que avalia se a utilização de um checklist baseado nas recomendações para o cuidado clínico, um método simples e de baixo custo, contribui com a redução das perdas de potenciais doadores falecidos.
O estudo clínico contou com a participação de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) de 63 hospitais públicos e filantrópicos de 19 estados e Distrito Federal, e incluiu mais de 1,5 mil potenciais doadores. Os dados coletados têm previsão para divulgação até o final de 2020.
Além disso, a iniciativa qualifica profissionais da saúde que atuam no processo de doação de órgãos, por meio de cursos presenciais e online sobre a comunicação com a família do potencial doador, que já capacitou aproximadamente 3 mil profissionais.
Hospital Sírio-Libanês dá assistência e qualificação em transplantes e reabilitação intestinal:
Já o projeto Escola de Transplantes, do Hospital Sírio-Libanês, dá apoio em todas as etapas de execução do procedimento, realizando transplantes de fígado, reabilitações intestinais e intervenções cardíacas, além da qualificação de profissionais para realização de procedimentos e assistência a pacientes já transplantados.
O hospital membro do PROADI-SUS é a única instituição no Brasil a fazer “transplante dominó” de fígado pediátrico para crianças portadoras de leucinose. O transplante dominó acontece da seguinte forma: o paciente com leucinose recebe a doação de um pedaço do fígado e doa o próprio para outra criança, já que o paciente que não tem a doença pode receber a doação normalmente.
Referências: