Projeto Saúde em Nossas Mãos inicia novo triênio com aumento de 76% de participação de hospitais do SUS

Projeto Saúde em Nossas Mãos inicia novo triênio com aumento de 76% de participação de hospitais do SUS Projeto Saúde em Nossas Mãos inicia novo triênio com aumento de 76% de participação de hospitais do SUS

As Unidades de Terapia Intensiva (UTI) são ambientes de risco onde dispositivos invasivos são necessários para a manutenção da vida. Alguns desses dispositivos, no entanto, podem aumentar a chance de infecções e riscos aos pacientes. O Hospital Universitário Professor Edgard Santos, de Salvador (BA), chegou a realizar algumas tentativas de melhoria voltadas a infecções hospitalares, porém, sem resultados significativos. De acordo com Monalisa Viana Sant’Anna, Chefe do Setor de Vigilância em Saúde e Segurança do Paciente da instituição, o cenário mudou ao participar do primeiro triênio do programa Saúde em Nossas Mãos – Melhorando a Segurança do Paciente em Larga Escala no Brasil. "Vimos no projeto uma oportunidade única de aumentar a segurança do paciente de forma permanente", afirma.

Monalisa ressalta, ainda, que a alta liderança é fundamental para o sucesso do projeto. “Implementamos visitas mensais da alta liderança às UTIs do hospital, para que pudessem entender os desafios da equipe da linha de frente. No encontro, a equipe apresentava os resultados e o que tem sido feito por meio do PDCA (um método iterativo de gestão de quatro passos: planejar, executar e checar e agir) para a garantia desses indicadores. A própria equipe é responsável por cobrar a alta gestão para que consigam manter os indicadores”, diz.

Com a pandemia de Covid-19, o projeto teve que se adaptar e passou a fazer as reuniões via lives. “Pudemos consultar especialistas que atuam em hospitais de referência, como o Hcor - a troca de experiências é muito produtiva para encontrar soluções simples, mas muito efetivas”, completa Monalisa.

 

Aumento de 76% na participação de hospitais

A iniciativa é do Ministério da Saúde, realizada por meio do PROADI_SUS e conduzida de maneira colaborativa entre os seis hospitais participantes, em parceria com o Institute for Healthcare Improvement (IHI), sendo esses responsáveis pela implementação de práticas de prevenção a essas infecções no Sistema Único de Saúde (SUS). O novo triênio teve início nesta segunda-feira (30), com 204 hospitais participantes, representando um aumento de 76% em comparação ao anterior. Além disso, a meta é alcançar uma redução de 30% das Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS).

O Hospital Municipal Dr. Moysés Deutsch de M’Boi Mirim, São Paulo (SP), faz parte das instituições selecionadas para o triênio 2021-2023 e espera melhorar os seus indicadores com relação às IRAS. “Fazer parte desse projeto será importante para aumentar a segurança de nossos pacientes por meio da troca de experiências”, afirma Lizzie Erthal, coordenadora da Divisão de Práticas Médicas e Assistenciais, Controle de Infecção, Qualidade & Segurança.

Segundo o Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, a primeira edição do projeto já foi um sucesso e, agora, com o programa ampliado, espera-se reduzir os casos de infecções nos hospitais do SUS. “O Saúde em Nossas Mãos irá aumentar ainda mais a segurança dos pacientes hospitalizados em terapia intensiva, aqueles que precisam fazer uso de cateter ou necessitam de ventilação mecânica. Esse é um avanço extraordinário – nesta nova fase, com 204 hospitais espalhados por todo nosso Brasil, teremos um êxito muito maior”.

Para Adriana Teixeira, diretora do Departamento de Atenção Hospitalar e de Urgência (DAHU/SAES) do Ministério da Saúde, o resultado da primeira fase do projeto foi surpreendente. “Assumimos o compromisso de apoiar as Unidades de Terapia Intensiva (UTI) do SUS de todo o Brasil para reduzir as infecções relacionadas à assistência e os hospitais superaram a meta. Isso só foi possível pela ousadia e parceria com os hospitais de excelência, que trabalharam durante três anos, utilizando uma metodologia colaborativa - todos ensinam e todos aprendem”. Adriana relata que, nesta nova fase, a estimativa é reduzir em 30% as infecções relacionadas à assistência em saúde.

De acordo com Guilherme Antônio Marques Buss, da Gerência-Geral de Tecnologia em Serviços de Saúde (GGTES), explica que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) coordena nacionalmente, desde 1999, as ações de prevenção e controle das IRAS. Em parceria com o Ministério da Saúde, estados / DF, municípios, universidades e diversos outros colaboradores, a Anvisa apoia que iniciativas como o Projeto Saúde em Nossas Mãos sejam desenvolvidas com excelência para unirmos forças na luta contra as IRAS, resistência microbiana e surtos infecciosos, objetivando a segurança dos pacientes e a melhoria da qualidade dos serviços de saúde brasileiros.”

Para Claudia Garcia de Barros, coordenadora do projeto, a execução da iniciativa é essencial na prevenção dessas infecções. “Neste novo triênio, a expectativa é de impactar 7.785 leitos de UTI adulto, além de 17 UTI pediátricas e 7 UTI neonatais, a fim de torná-las ambientes mais seguros, onde todos buscam soluções para o melhor cuidado, evitando o dano na assistência”.

O Diretor de Relações Institucionais e Governamentais da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, Arnaldo Bartalo Júnior, explica que o plano de melhorias é elaborado de acordo com a realidade de cada hospital participante com o intuito de otimizar os recursos já instalados, proporcionando a melhoria dos indicadores assistenciais. “A metodologia utilizada no projeto busca levar uma cultura de segurança para as organizações de saúde, o que consideramos um ponto importante dessa iniciativa, e mostra que estamos no caminho certo”, afirma ele.

Resultados do primeiro triênio (2018-2020)

A iniciativa encerrou seu primeiro triênio de atuação no final de 2020, evitando 7.674 casos de Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS) em 116 hospitais públicos do país, gerando uma economia de R$ 354 milhões para o SUS em três anos.

A iniciativa alcançou 54% de redução do número de infecções adquiridas por pacientes internados em UTI, salvando 2.687 vidas entre os anos de 2018 e 2020. O objetivo era atuar na diminuição dos três principais tipos de IRAS:



Assine a Newsletter